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Diretor da UBS Evolution prevê queda do Ibovespa em 2025 e ano ‘difícil’ em operações
O diretor da UBS Evolution, plataforma de gestão de fundos próprios do UBS no Brasil, Lucas Vilela, tem um lema para descrever o Ibovespa e o mercado como um todo em 2025: queda e dificuldade de operar em céu azul. Ex-diretor no Credit Suisse antes da aquisição pelo UBS em 2024, Vilela acredita na queda do valor dos índices da bolsa de valores brasileira.
Na contramão, o ciclo de alta da taxa de juros iniciado pelo Banco Central, combinado com expectativas pessimistas do mercado, aponta que o Brasil pode ter entrado em um cenário de juros altos por mais tempo. “Eu não apostaria num ciclo de queda tão cedo”, diz o economista.
Ibovespa em 2025: ano pré-eleitoral complica bolsa
Em meio ao debate sobre o pacote de ajuste fiscal a ser decido pelo governo, Vilela afirma que a trajetória de dívida pública deve sofrer deterioração ainda maior entre 2025 e 2026.
Hoje, a dívida do governo federal chega a ser próxima de 80% do PIB, e pode piorar porque, a partir de 2025, o Executivo deve olhar para as eleições presidenciais de 2026.
“Desde corrigir o salário mínimo pela inflação até programas federais de infraestrutura, governos eleitos têm dificuldade de controlar gastos nos últimos dois anos de mandato”, diz o diretor da UBS Evolution.
A possível medida de isenção de Imposto de Renda para famílias com renda mensal de até R$ 5 mil também causa estresse no cenário fiscal, de acordo com Vilela.
Isso tudo resulta em um cenário “mais difícil” para o Ibovespa em 2025.
“O mercado em 2025 vai ser mais desafiador por conta desses motivos. Estamos entrando em um período em que será discutida a eleição. E também teremos uma forte redução de gastos via corte de impostos”, comenta o economista.
“Os preços de ativos no Ibovespa e no mercado em 2025 ficam mais frágeis”, conclui.
Assim, Lucas Vilela espera que haja uma queda do Ibovespa, que vai ficar “mais barato”. Por outro lado, a Selic deve permanecer em um patamar mais alto. E por mais tempo.
Selic não deve cair tão cedo na visão de Vilela
O diretor da UBS Evolution diz que o Brasil deve entrar em um período de juros altos por mais tempo após o fim do ciclo de alta da Selic.
Na última quarta-feira, o Banco Central deu mais um passo nesse sentido, subindo a taxa básica de juros para 11,25% ao ano.
Isso porque a taxa não está restritiva o suficiente, na visão de Vilela. O economista usa a alta do dólar neste ano como principal argumento.
“Um dos principais mecanismos da política monetária é o câmbio. em 2024, a moeda acumula alta de 18% contra o real”, diz o economista. O raciocínio se alinha à tese do economista de tendência de queda do Ibovespa em 2025.
“Isso indica que estamos vendo que a política monetária não está tão restritiva. Não me faz querer vender dólar. O reajuste nominal de salários continua alto”, diz.
O mercado financeiro projeta que, ao final do ciclo, a taxa Selic deve parar entre 13% a 13,50% ao ano.
Surpresas positivas no anúncio de ajuste fiscal podem levar o Banco Central “a ser menos incisivo nos juros”, segundo Vilela.
Entretanto, Vilela não acredita em um ciclo de queda da Selic “por um bom tempo”.
“Hoje o mundo vive cenário de juros elevados mais altos. Por mais que o juro no Brasil pareça elevado, ele não é porque em nível de comparação, nosso juro real continua baixo.”
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