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Com commodities em baixa, Ibovespa cai quase 1%; dólar fecha em alta de 0,29% e vai a R$ 5,58
O Ibovespa apresentou queda firme nesta terça-feira, diante do recuo dos preços do minério de ferro e do petróleo no mercado internacional, devido à baixa demanda na China, além de ser afetado pelo movimento de alta dos juros futuros.
Assim, o desempenho de exportadoras pesou sobre o índice, como Vale ON, que recuou 1,34% e caiu pela sexta sessão consecutiva, e Petrobras PN, que cedeu 1,29%.
Ibovespa hoje
No fim do dia, o índice caiu 0,99%, aos 126.590 pontos. Nas mínimas intradiárias, tocou os 126.530 pontos e, nas máximas, os 127.860 pontos.
O volume financeiro negociado na sessão (até as 17h15) foi de R$ 14,70 bilhões no Ibovespa e R$ 19,09 bilhões na B3.
O minério de ferro caiu mais de 3% na Bolsa de Dalian, e fechou cotado abaixo de US$ 100 por tonelada, após a ausência de estímulos significativos para a economia chinesa, mesmo após a reunião do Partido Comunista Chinês.
Já o petróleo Brent, referência mundial, sofreu baixa de 1,71% nesta terça-feira. Assim, as perdas da sessão foram lideradas por companhias exportadoras de commodities. Além de Petrobras e Vale, CSN Mineração ON recuou 4,99%, enquanto CSN ON perdeu 5,05%.
Na ponta positiva, apenas quatro papéis tiveram um bom desempenho: Localiza ON (+1,00%), Sabesp ON (+1,89%), GPA ON (+3,20%) e Embraer (+8,47%), que anunciou hoje acordo de venda de seis aeronaves militares A-29 Super Tucano ao Paraguai, além das aeronaves C-390 Millenium que vendeu a Holanda e Áustria.
O estrategista-chefe da RB Investimentos, Gustavo Cruz, aponta que, além do desempenho fraco das commodities, a curva de juros subiu muito ao longo da sessão, o que tira qualquer atratividade das ações.
“Lembrando que o governo federal tem contado com os dividendos da Petrobras nos últimos anos para a política fiscal. Se o petróleo cai muito, vai ser mais difícil cumprir a meta”, observa.
Nesse sentido, ainda segue no radar do mercado alguma preocupação em torno da capacidade do governo de cumprir a meta de um déficit primário zero neste ano, mesmo após o anúncio de congelamento de R$ 15 bilhões, que foi detalhado no relatório de receitas e despesas bimestral.
“O Focus não reagiu para 2024 e o mercado colocou déficit primário maior que 0,25% do PIB (a meta do governo)”, diz o profissional, apesar de reconhecer que as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre conter despesas ajudaram a acalmar os mercados.
Nos próximos dias, Cruz acredita que a bolsa deve fechar o mês em alta, depois de vários meses negativos, impulsionada pelos prováveis bons resultados das empresas no segundo trimestre.
“O desempenho vai agradar um pouco quem está em renda variável, mesmo com o Ibovespa atrás de outros mercados emergentes.” A entrada de capital estrangeiro também deve aumentar caso o Federal Reserve (Fed) realmente indique o início de um ciclo de cortes de juros em setembro.
Dólar hoje
O dólar comercial encerrou a sessão desta terça-feira em alta contra o real, em um movimento alinhado à tendência global de valorização da moeda americana, ainda que o câmbio doméstico tenha mostrado um desempenho um pouco mais forte que o dos principais pares.
Além de um baixo apetite por risco no mercado cambial, pesou contra o real a a forte queda dos preços do petróleo e do minério de ferro, além da apreciação renovada do iene, que anotou o melhor desempenho do dia contra o dólar dentre as 33 moedas mais líquidas acompanhadas pelo Valor.
A valorização da divisa japonesa tem pesado recentemente sobre moedas de países emergentes, em especial aquelas que costumam se beneficiar de operações de “carry-trade”, como o real e o peso mexicano.
O dólar à vista fechou em alta de 0,29%, a R$ 5,5857, após tocar a máxima intradiária de R$ 5,6071 e a mínima de R$ 5,5598. Já o euro comercial encerrou a sessão em leve queda, de 0,06%, negociado a R$ 6,0599.
No exterior, o índice DXY, que mede o dólar contra seis moedas pares, exibia alta de 0,14%, a 104,46 pontos, por volta de 17h12.
No mesmo horário, o dólar saltava 1,28% contra o peso mexicano, subia 0,28% ante o peso chileno e tinha alta de 0,51% no confronto com o peso colombiano.
Bolsas de Nova York
Os principais índices acionários de Nova York fecharam o dia em leve queda, próximos da estabilidade, enquanto os agentes aguardavam a publicação dos balanços de algumas das principais companhias do setor de tecnologia dos Estados Unidos.
Em Wall Street, o índice Dow Jones fechou em queda de 0,14%, aos 40.358,09 pontos; e o S&P 500 perdeu 0,16%, cotado a 5.555,74 pontos. Já o índice eletrônico Nasdaq recuou 0,06%, a 17.997,35 pontos.
A Alphabet, proprietária do Google, fechou em alta de 0,07%. A companhia divulgou seu balanço logo após o fechamento, o que mostrou lucro de US$ 23,62 bilhões no segundo trimestre, um aumento de 28,6% no ano.
A Tesla caiu 2,04%. A empresa também divulga balanço hoje a noite.
A General Motors, que divulgou seus resultados antes da abertura, fechou em queda de 6,44%. A companhia registrou lucro de US$ 2,93 bilhões no segundo trimestre, o que representa uma alta de 14,3% na base anual.
A agenda econômica do dia teve como destaque os dados de vendas de moradias usadas, que caíram 5,4% nos Estados Unidos em junho, mais do que os 3,9% apontado pelo consenso do “The Wall Street Journal”.
Bolsas da Europa
Os principais índices acionários europeus encerraram a terça-feira (23) seguindo direções mistas, enquanto o foco dos investidores se voltava para o calendário de divulgação dos balanços das principais campanhas do continente.
O índice Stoxx 600 subiu 0,13%, a 515,47 pontos, o CAC 40, de Paris, caiu 0,31%, para 7.598,63 pontos, o DAX, de Frankfurt, avançou 0,82%, a 18.557,70 pontos, e o FTSE 100, da Bolsa de Londres, teve queda de 0,38%, para 8.167,37 pontos.
A agenda de balanços da região trouxe, hoje, os resultados da Porsche, que viu suas ações fecharem em queda de 5%, após a companhia reduzir suas perspectivas para o ano. Empresas como Thales, Randstad e Banco de Sabadell também divulgaram resultados nesta terça.
Após o fechamento, o foco se volta para a gigante de luxo LVMH, que publica seus resultados.
Com informações do Valor Econômico
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