Após um mês de greve, Boeing cortará 10% dos trabalhadores e atrasará novo avião

A Boeing vai cortar 10% de sua força de trabalho global, equivalente a 17 mil empregos, devido a uma greve de operários. Além disso, a empresa adiará o lançamento do novo avião 777X para 2026 e descontinuará o cargueiro 767. O diretor-presidente Kelly Ortberg, que assumiu em agosto, está reestruturando a empresa para enfrentar problemas de produção e preservar caixa. As negociações com líderes sindicais fracassaram, e agências de rating alertam para possíveis rebaixamentos dos papéis da Boeing.
A Boeing vai cortar 10% de sua força de trabalho global, o que equivale a aproximadamente 17 mil empregos, e alertou sobre perdas ainda maiores em suas operações.
Isso à medida que uma greve de operários agrava problemas que já afetam o fabricante de jatos há anos.
Além dos cortes de empregos, a gigante da fabricação disse que irá adiar ainda mais o lançamento de um novo avião, o 777X, atrasado há anos.
Assim, a empresa também vai descontinuar o avião cargueiro 767.
Essas são as maiores ações tomadas até agora pelo diretor-presidente da Boeing, Kelly Ortberg, que assumiu a empresa em agosto, para reestruturar a gigante americana.
Situação atual da Boeing
A empresa tem enfrentado problemas de produção e vem queimando seu caixa.
As negociações entre a Boeing e os líderes sindicais dos trabalhadores fracassaram esta semana, reduzindo as esperanças de um rápido fim para uma greve que interrompeu a produção da maioria dos aviões.
No entanto, agências de “rating” alertaram que a empresa precisa preservar caixa e pode ter seus papéis rebaixados para níveis de alto risco.
“Nossos negócios estão em uma posição difícil, e é difícil exagerar os desafios que enfrentamos juntos”, disse Ortberg em uma mensagem aos funcionários detalhando o plano.
“Precisamos ser realistas sobre o trabalho que temos pela frente e sobre o tempo necessário para alcançar marcos importantes”.
No mês passado, Ortberg colocou de licença milhares de funcionários de áreas administrativas e congelou as contratações.
No entanto, ele fez um esforço para preservar o dinheiro em meio à greve dos empregados.
Ele disse na sexta-feira que a empresa encerraria as licenças devido às demissões, que ocorrerão nos próximos meses e incluirão todos os níveis da empresa.
O diretor-presidente disse em seu memorando que a empresa precisava concentrar seus recursos “nas áreas que são essenciais para quem somos, em vez de nos espalhar por muitos objetivos que podem frequentemente resultar em baixo desempenho e subinvestimento”.
Atraso no 777X
Assim, a Boeing adiará o lançamento de seu 777X para 2026 em vez de 2025.
Em agosto, a empresa interrompeu a operação de sua frota de testes após encontrar problemas nos jatos em voos iniciais.
O avião, projetado para companhias aéreas que desejam conectar as principais cidades do mundo e transportar cerca de 400 passageiros, já está anos atrasado.
A Boeing revelou planos de produzir o avião em 2013 e disse inicialmente que começaria a entregar o modelo em 2020.
Dessa maneira, ela tem cerca de 480 pedidos não atendidos para a aeronave.
No caso do 767, um pilar no mercado de carga, a Boeing preencherá os 29 pedidos restantes para o avião antes de tirá-lo de linha em 2027.
A Boeing entregou oito unidades este ano até setembro para a FedEx e a UPS.
Finalmente, ela continuará a construir uma variante militar da aeronave.
Com informações do Valor Econômico
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