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Em 10 anos, governo arrecadou da Petrobras 15 vezes mais que minoritários
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Entre 2011 e 2021, o retorno total obtido pelo governo com a Petrobras, por meio de impostos e dividendos, foi 15 vezes maior do que o retorno dos acionistas minoritários, diz o Bradesco BBI.
Os analistas Gustavo Sadka e Vicente Falanga calculam que o governo arrecadou com a companhia R$ 1,4 trilhão em impostos e dividendos, enquanto a Petrobras pagou R$ 94 bilhões em dividendos aos minoritários e R$ 177 bilhões em juros acumulados aos credores, sendo o dobro do montante pago ao grupo de acionistas.
Para eles, em dez anos, as ações da Petrobras tiveram desempenho inferior ao índice Ibovespa, ao preço do barril de petróleo tipo brent e ao CDI, implicando retornos relativamente negativos para os acionistas minoritários.
“Embora a Petrobras tenha apresentado níveis altos de lucratividade, os brasileiros, indiretamente por meio de dividendos e impostos pagos pela companhia ao governo, parecem estar se beneficiando mais dessa dinâmica de lucros positiva do que os minoritários”, diz a equipe do Bradesco BBI.
Os analistas observam que as discussões relacionadas à política de preços da companhia estão esquentando, já que ela poderá pagar dividendos recordes este ano, enquanto os preços altos dos combustíveis impactam a inflação.
“Mudanças na política de preços podem sair pela culatra em relação às contas fiscais do Brasil, podendo implicar em custos crescentes para bens e/ou serviços em geral”, reforçam.
Sadka e Falanga acreditam que os resultados da Petrobras nos próximos trimestres devem ser significativamente menores afetados negativamente por um efeito não caixa relacionado a variação cambial, porém, mantendo os dividendos declarados em níveis semelhantes.
“Essa possível distribuição de dividendos provavelmente aconteceria perto da corrida presidencial [eleições de outubro], o que pode intensificar as discussões e potencialmente refletir em volatilidade das ações”, acrescentam.
O Bradesco BBI tem recomendação de compra para Petrobras, com preço-alvo de R$ 50 por ação preferencial. Há pouco, os papéis preferenciais e ordinários recuavam menos de 1%, a R$ 34,28 e R$ 37,56, respectivamente.
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