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Com novo fundo, Brasil poderia receber até US$ 1,3 bi por ano para manter floresta de pé
O Brasil está avançando com a criação do Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, na sigla em inglês). O projeto, anunciado na COP 28, no fim do ano passado, inicialmente contava só com o Brasil, mas o país agora obteve o apoio de Estados Unidos, Reino Unido, França, Alemanha, Noruega, Cingapura e Emirados Árabes.
Segundo João Paulo de Resende, subsecretário de Assuntos Econômicos e Fiscais do Ministério da Fazenda, o governo brasileiro aproveitou a reunião do G20 para fazer uma reunião com os países parceiros. A meta é arrecadar US$ 25 bilhões em aportes, que permitiria alavancar mais US$ 100 bilhões em capital privado, totalizando assim US$ 125 bilhões. O objetivo é que o fundo esteja operacional até a COP 30, que será realizada em novembro do próximo ano, em Belém (PA).
Esses recursos serão investidores e os países elegíveis receberão um valor por hectare de floresta preservada, estipulado inicialmente em US$ 4. Dada a cobertura vegetal atual do Brasil, no melhor cenário possível, o país poderia receber até US$ 1,3 bilhão por ano se zerasse o desmatamento.
“A grande inovação é não precisar de doações, porque elas são imprevisíveis. Com esse fundo, nós conseguiríamos criar um mecanismo que gere fluxo constante de recursos”, diz Resende.
Para Garo Batmanian, diretor-geral do Serviço Florestal Brasileiro, o fundo pagará não apenas pelo carbono, mas pelo valor da floresta de pé, que considera a biodiversidade, contribuição para o clima, a economia local.
“Os países membros entrarão com cotas subordinadas no fundo, ou seja, são os últimos a receber. A ideia é captar recursos a cerca de 4,5%, em dólar, e obter um retorno de quase 8%”.
Para os países florestais, será preciso se inscrever e cumprir uma série de critérios para receber o pagamento. São quase 1,2 bilhão de hectares de floresta tropical no mundo, em 66 países, mas Batmanian diz que atualmente muitos não se enquadrariam nas metas de desmatamento para receber os pagamentos.
Com informações do Valor Econômico
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