O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, alertou nesta quarta-feira os parlamentares do Japão, em um discurso virtual, que a Rússia está intensificando seus ataques ao país e que pode utilizar armas químicas.
“Recebi relatos de que a Rússia está preparando ataques usando armas químicas, como o [gás] sarin”, disse ele no discurso. “Como o mundo reagiria se armas nucleares fossem usadas agora também é algo que está sendo discutido.”
Os japoneses conhecem o sarin porque o agente químico foi usado em um ataque ao sistema de metrô de Tóquio em 1995. O atentado matou 13 pessoas e deixou milhares de feridos.
Zelensky também citou a situação perigosa perto da usina nuclear de Chernobyl, onde incêndios florestais ocorreram nos últimos dias. Segundo ele, as tropas russas, que assumiram o controle do local, estão dificultando qualquer ação ucraniana para apagar o fogo.
O líder ucraniano fez discursos virtuais nos parlamentos de diversos países, como os Estados Unidos, a Alemanha, a Itália, o Reino Unido e o Canadá. Ele adaptou seus discursos para unir os políticos no apoio à Ucrânia.
Zelensky agradeceu ao Japão por ser o “primeiro país asiático a começar a pressionar seriamente a Rússia” e pediu que o governo de Fumio Kishida continue impondo sanções.
“Para parar o tsunami da agressão ucraniana, uma proibição comercial deve ser introduzida e as empresas devem se retirar da Rússia”, disse ele.
Na avaliação do presidente ucraniano, as instituições internacionais, como o Conselho de Segurança da ONU, não conseguiram impedir o ataque da Rússia. Por isso, ele afirmou que novas “ferramentas preventivas são necessárias”.
“A liderança japonesa pode desempenhar um papel importante no desenvolvimento de tais ferramentas”, disse Zelensky. “Quando uma futura coalizão antiguerra for formada, espero que o Japão esteja junto com a Ucrânia, como está fazendo agora.”
As tensões entre Japão e Rússia aumentaram após Tóquio anunciar sanções a Moscou por causa da guerra. Na última segunda-feira, o Kremlin disse que se retiraria das negociações de um tratado de paz por causa das medidas econômicas.
O governo japonês negocia o retorno de ilhas controladas pelos russos, que Tóquio chama de “Territórios do Norte”. Kishida chamou a recente decisão de Moscou de “extremamente injusta e absolutamente inaceitável”.
Com Valor Pro, serviço de informação em tempo real do Valor Econômico.