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Mesmo com nova alta, gasolina da Petrobras está 17% abaixo da referência mundial, diz Goldman Sachs
Empresas citadas na reportagem:
A Petrobras está seguindo, até certo ponto, movimentos de preços internacionais, ao anunciar nesta terça (24) um aumento no preço da gasolina a partir da próxima quarta-feira (25), de acordo com o Goldman Sachs, em relatório.
A empresa anunciou que a partir de amanhã (25) vai passar a vender o litro da gasolina nas refinarias a R$ R$ 3,31 em média, um aumento de R$ 0,23. O reajuste corresponde a uma alta de 7,47%. Ainda não houve reajuste para o diesel, que é vendido a R$ 4,49 por litro desde 7 de dezembro.
Os analistas Bruno Amorim, João Frizo e Guilherme Costa Martins escrevem que desde o último aumento de preço da gasolina da Petrobras, em 6 de dezembro, os preços da gasolina na Costa do Golfo aumentaram 37% em termos de reais.
“Levando em consideração esse aumento, agora vemos os preços da gasolina da Petrobras 17% abaixo dos níveis de preço da gasolina da Costa do Golfo, enquanto vemos os preços do diesel 9% abaixo”, dizem. Segundo eles, as margens de refino consolidadas para a Petrobras permanecem em níveis saudáveis.
Ajuste relacionado ao governo anterior
Os analistas destacam ainda que o ajuste de preço aconteceu sob a equipe gestora escolhida pelo governo anterior. A nomeação do novo diretor-presidente está programada para ser na quinta-feira, informou a Petrobras.
Por fim, os analistas dizem que, apesar da avaliação relativamente barata da Petrobras, eles reconhecem o aumento da incerteza sobre as políticas a serem adotadas nos próximos anos.
O Goldman Sachs tem recomendação neutra para Petrobras, com preço-alvo de R$ 29,50 para as ações ordinárias, abaixo do valor de R$ 30,34 negociado no momento na B3, e de R$ 26,90 para as ações preferenciais, potencial de alta de 0,9%.
Diesel também pode ter reajuste
A Petrobras deve precisar aumentar os preços do diesel em breve, segundo o analista da Ativa Investimentos Ilan Arbetman.
Os preços internacionais do diesel tendem a permanecer elevados, tendo em vista a retomada da economia chinesa com o relaxamento de restrições para combater a pandemia, somado ao começo das sanções europeias aos derivados da Rússia em fevereiro, por causa da invasão à Ucrânia.
“A Europa pode ter problemas de fornecimento uma vez que os países asiáticos podem se mostrar incapazes de fornecer o que o velho continente precisa”, diz.
Arbetman lembra que a estatal ainda é administrada por executivos apontados no governo anterior. “A companhia hoje é formada pelos mesmos membros de 2022; ou seja: não foi a nova gestão que tomou esta decisão”, diz.
Crítica à paridade dos preços
O atual governo é crítico à política de paridade dos preços de combustíveis da Petrobras com o mercado internacional. O indicado à presidência da estatal, Jean Paul Prates, ainda não tomou posse, pois estão em curso os trâmites internos de aprovação da companhia.
Segundo Arbetman, é provável que a nova gestão busque criar um mecanismo para atenuar a alta dos preços internacionais dos combustíveis no mercado interno.
Nova política de preços
“Continuamos achando que a nova gestão, em conjunto com a ANP, formatará uma nova política de preços de derivados e, possivelmente, a Petrobras e seu acionista majoritário se aprofundarão nos estudos para criação de um fundo de estabilização para momentos onde a volatilidade do barril for elevada. A grande dúvida atual do mercado é quanto à origem dos recursos para este fundo, dado o estágio do quadro fiscal brasileiro”, diz.
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