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Nesta semana, Copom decide juros em meio a maior incerteza fiscal
Na última reunião do ano, que se realizará entre terça (6) e quarta-feira (7), o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) deve manter a taxa básica de juros da economia brasileira inalterada em 13,75% ao ano, como está desde agosto. Mas os fatores de risco para a inflação e os juros cresceram nas últimas semanas e provavelmente merecerão comentários dos membros do comitê.
A preocupação é com a chamada PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da Transição. O projeto elaborado pela equipe do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pede permissão ao Congresso Nacional para desembolsar em 2023 R$ 198 bilhões além do permitido pela regra do teto de gastos, excluindo dessa norma pelos próximos quatro anos as despesas com o Auxílio Brasil (rebatizado de Bolsa Família).
Esse montante é tido como excessivo pelo mercado financeiro. Quanto mais o governo gasta, maior a chance de precisar se financiar com dívida e maior o risco de não pagar. Então, os investidores que compram os títulos públicos (um tipo de promissória) da administração federal pedem uma maior remuneração, ou seja, maiores juros.
Além disso, o dinheiro extra entrando na economia — também como aumento do salário mínimo acima da inflação, uma promessa de campanha de Lula, e investimentos em infraestrutura e outras áreas — tende a pressionar os preços.
Os especialistas vêm prevendo que o Copom poderá voltar a cortar juros outra vez a partir do final do primeiro semestre de 2023. No entanto, caso o pior cenário para a inflação e a Selic se materialize, esse prazo se estenderia. Se a situação se deteriorar demais, no entanto, até mesmo um novo ciclo de elevação seria possível.
É a leitura atualizada dessas perspectivas e probabilidades que o mercado está esperando do comitê nesta semana, ao mesmo tempo em que torce para que os congressistas desidratem bastante a PEC da Transição, limitando os gastos do novo governo.
Como afeta os investimentos?
Se existe possibilidade de manutenção da Selic em patamar elevado por mais tempo ou mesmo de aumento nos próximos meses, os investidores começam a antecipar essa tendência já, elevando os juros dos ativos de renda fixa. Esse tipo de aplicação fica mais atraente, e a Bolsa de Valores se torna menos interessante.
Agenda da semana
Segunda-feira (5)
- 6h – Zona do Euro: PMIs composto e serviços da S&P Global (novembro)
- 7h – Zona do Euro: Vendas no varejo (outubro)
- 8h25 – Brasil: Boletim Focus (semanal)
- 10h – Brasil: PMIs composto e serviços da S&P Global (novembro)
- 11h45 – EUA: PMIs composto e serviços da S&P Global (novembro)
- 12h – EUA: PMI não industrial da ISM (novembro)
Terça-feira (6)
- S/h – Brasil: Início da reunião do Copom
- 10h30 – EUA: Balança comercial (outubro)
Quarta-feira (7)
- 0h – China: Balança comercial (novembro)
- 7h – Zona do Euro: Taxa de desemprego e PIB (3º trimestre)
- 8h – Brasil: IGP-DI (novembro)
- 12h30 – EUA: Estoques de petróleo bruto (atual)
- 18h – Brasil: Decisão do Copom sobre a taxa de juros
Quinta-feira (8)
- 9h – Brasil: Vendas no varejo (outubro)
- 9h – Zona do Euro: Discurso de Christine Lagarde, presidente do BCE
- 10h30 – EUA: Pedidos de seguro-desemprego (semanal)
- 22h30 – China: Índice de preços ao consumidor (novembro)
Sexta-feira (9)
- 9h – Brasil: IPCA (novembro)
- 10h30 – EUA: Índice de preços ao produtor (novembro)
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