Musalem, do Fed: inflação causada por tarifas pode não ser transitória

- Presidente do Fed de St. Louis alerta para riscos de inflação acima da meta.
- Impacto das tarifas sobre os preços pode não ser transitório, afirma Musalem.
- Expectativas de inflação no curto prazo aumentaram, com tarifas como fator principal.
- Apesar do crescimento econômico, gastos dos consumidores estão mais fracos que o esperado.
- Musalem defende política monetária moderadamente restritiva até que a inflação convirja para a meta de 2%.
- Projeta queda da inflação para 2% até 2027, mas vê riscos de aumento no curto prazo.
O presidente da distrital do Federal Reserve (Fed) de St. Louis, Alberto Musalem, disse em discurso, nesta quarta-feira (26), que ainda há trabalho a ser feito para levar a inflação de volta à meta de 2% nos EUA.
Na visão dele, é preciso ter cuidado ao assumir que o impacto da política tarifária sobre os preços será transitório. Os riscos de que a inflação fique estagnada acima da meta, ou cresça ainda mais, parecem ter aumentado, disse.
“Medidas de mercado e pesquisas indicam que as expectativas de inflação no curto prazo aumentaram, com tarifas mais altas frequentemente citadas como o principal fator”, afirmou Musalem.
“Com a inflação já acima de 2% em uma economia de pleno emprego, os riscos podem ser maiores do que seriam caso a inflação estivesse na meta ou abaixo dela”, ele acrescentou.
Powell acredita em impacto transitório das tarifas na inflação
Após a última reunião do Fed, o presidente da autoridade monetária, Jerome Powell, disse em entrevista coletiva que, na sua visão, o impacto da política tarifária sobre a inflação americana seria transitório, embora ainda houvesse muita incerteza.
Musalem também vê que, embora a economia americana ainda esteja se expandindo, o ritmo parece ter desacelerado no primeiro trimestre.
Ele disse que o crescimento tem sido apoiado por um mercado de trabalho saudável e condições financeiras, no geral, favoráveis.
Gastos dos consumidores têm vindo abaixo do esperado
No entanto, as últimas pesquisas sobre os gastos dos consumidores têm vindo mais fracas do que o esperado, e outros dados têm sido mistos.
“As medidas de incerteza da política econômica aumentaram para níveis que podem representar um risco negativo para a perspectiva da economia”, afirmou.
O dirigente defende que o atual ritmo da política monetária americana, “moderadamente restritivo”, continuará apropriado até que haja maior confiança de que a inflação está convergindo para a meta.
Ele projeta que o indicador de preços irá cair para 2% até 2027, mas, no momento, vê riscos de um resfriamento adicional no mercado de trabalho e de um possível aumento da inflação no curto prazo.
*Com informações do Valor Econômico
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