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Cumprimento da meta de inflação depende de esforço entre Banco Central e governo
A afirmação é de André Braz, economista do FGV Ibre, que ainda esclarece se mudar a meta ajuda ou atrapalha as expectativas
A discussão sobre juros no Brasil com o presidente Lula protagonizando ataques ao presidente do Banco Central está deixando de lado o ponto realmente relevante: como derrubar a inflação e colocá-la dentro da meta.
Este é o ponto mais relevante. Discutir a meta de inflação é até desejável, mas sem perder a perspectiva de que algo deve entrar no lugar para combater a escalada de preços.
André Braz, economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre), que calcula índices de preço tradicionais no Brasil, a família IGP, conversou com a Inteligência Financeira e ressaltou que há necessidade do esforço conjunto do governo com a autoridade monetária para o cumprimento da meta.
Ou seja, mais conversa entre políticos e economistas.
Durante 20 minutos de entrevista, o especialista em inflação explica para a IF quais são as perspectivas de alta dos preços neste ano.
Ele também fala do peso das escolas no índice de inflação e, principalmente, a resiliência para o aumento desse serviço. Tradicionalmente, diz André Braz, as escolas costumam reajustar as mensalidades acima da inflação.
O economista ainda analisa como o aumento do preço dos combustíveis, com o retorno do imposto praticado em todos os Estados, vai afetar o preço dos alimentos.
E, por fim, responde a pergunta do momento: Mudar a meta de inflação ajuda ou atrapalha em relação à expectativas? “Talvez não seja a hora de você mudar a meta de inflação. Exatamente pelo motivo de que a meta de inflação, em 3%, é uma inflação que permite algum crescimento econômico sem afetar muito o custo de vida, a geração de emprego e a renda”, afirma Andre Braz.
Na avaliação dele, a meta de inflação não é só um dever do Banco Central (BC). “O BC não opera milagres. Precisa que da ajuda da política fiscal e também da política monetária”, diz.
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