Acordo fechado: Mercosul e UE anunciam conclusão das negociações entre os blocos
Em uma sinalização para os europeus críticos ao acordo, sobretudo no setor agrícola, Leyen disse que os padrões da Europa para aquisição de alimentos e bebidas não sofrerão alterações
Líderes do Mercosul e da União Europeia anunciaram nesta sexta-feira (6) a conclusão das negociações para o acordo comercial entre os dois blocos.
O anúncio foi feito pelo presidente do Uruguai, Lacalle Pou, que comanda interinamente o Mercosul, e pela presidente da União Europeia, Ursula von der Leyen.
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Eles estão em Montevidéu, onde acontece a cúpula de chefes de Estado do bloco sul-americano.
“Foram 25 anos de negociações. Hoje volto para casa mais tranquilo. A soma dos acordos frustrados gerava incerteza”.
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“Não é só um acordo comercial. Um acordo desse tipo não é solução, mas não há soluções mágicas”, disse o uruguaio, durante a abertura da reunião.
Líder europeia celebra acordo
A líder europeia, por sua vez, parabenizou os negociadores pela dedicação na busca de um consenso.
“Trabalharam de maneira incansável durante anos em prol de um acordo equilibrado e tiveram sucesso. O laço entre Europa e os países do Mercosul é um dos mais fortes do mundo”, disse ela.
“É um laço que se ancora na confiança e está atravessado por herança compartilhada que acarreta séculos de aprendizado mútuo”.
Von Der Leyen também disse que o acordo manda “uma mensagem forte para o mundo”.
“Demonstramos que as democracias podem se apoiar mutuamente. Esse tipo de acordo não é apenas uma oportunidade econômica, mas uma oportunidade política”, argumentou.
Antes de mencionar os principais números da parceria entre Mercosul e União Europeia, que cria um mercado de 700 milhões de pessoas.
Benefícios ao redor do globo
Segundo ela, o acordo comercial também é um passo para o Acordo de Paris, que trata das mudanças climáticas e voltou a entrar em risco com a expectativa de saída dos Estados Unidos.
“O presidente Lula fez esforços para proteger a Amazônia, mas proteger a Amazônia é uma responsabilidade compartilhada”, disse a líder europeia.
Ela afirmou que o acordo garante que os investimentos vão respeitar “de certa forma” o patrimônio natural do Mercosul.
“É uma situação na qual há ganhadores de parte a parte. Somos um parceiro comercial do Mercosul, então vocês já sabem como negociamos”, disse a alemã
Ela também anunciou as 60 mil empresas europeias que exportam atualmente para os países do bloco sul-americano.
Em uma sinalização para os europeus críticos ao acordo, sobretudo no setor agrícola, Leyen disse que os padrões da Europa para aquisição de alimentos e bebidas não sofrerão alterações.
“Esse acordo vai poupar 4 bilhões de euros para as empresas europeias. Ao mesmo tempo, expande nosso mercado e abre novas oportunidades para crescimento e emprego em ambas as partes”, completou.
Por fim, ela afirmou que os dois blocos vão trabalhar para “garantir que o acordo produza tudo o que promete”.
Apesar do anúncio, o acordo comercial UE-Mercosul não será assinado em Montevidéu.
Após o acordo entre as partes, ainda haverá um longo trâmite burocrático, como a tradução para várias línguas.
Além disso, uma análise pelo Parlamento Europeu e pelos parlamentos de cada país integrantes dos dois blocos.
Com informações do Valor Econômico