Agenda fraca no Brasil e feriado prolongado nos EUA devem reduzir o giro dos mercados
Os mercados começam esta segunda-feira (3) com um giro de negócios reduzido, impactados pelo feriado do dia seguinte nos Estados Unidos, o dia da independência (“Independence Day”), que fecha as bolsas americanas já nesta segunda-feira, depois do almoço.
Com isso, associado a uma agenda econômica fraca no Brasil, a expectativa é de um pregão morno, com o principal indicador da B3, o Ibovespa, rondando em torno do patamar de abertura, em 118 mil pontos.
Semana esquenta a partir de terça-feira
A semana, no entanto, deverá ser quente principalmente a partir da terça-feira (4). A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara dos Deputados que investiga a fraude contábil na varejista Americanas marcou audiência pública com representantes das auditorias externas que faziam a avaliação das contas da companhia e, segundo o atual CEO da empresa, Leonardo Coelho Pereira, podem ter contribuído para as irregularidades.
A CPI ouvirá na terça-feira (4), às 15h, Carla Bellangero, sócia de auditoria da KPMG no Brasil, e Fábio Cajazeira Mendes, líder de auditoria da PricewaterhouseCoopers (PwC). Eles serão ouvidos em audiência pública, ou seja, não estarão na condição de investigados.
Na quarta-feira (5), a pauta de negócios fica mais intensa nos Estados Unidos, com o retorno do mercado de capitais após o feriado. No Brasil, há expectativa do Congresso encaminhar pautas caras ao mercado, como a aprovação do texto de arcabouço fiscal e a votação da reforma Tributária em primeiro turno, ambos na Câmara dos Deputados.
“Esperamos ter uma semana bem agitada iniciando o segundo semestre do ano com as votações da reforma tributária e do arcabouço”, diz Fabio Louzada, economista e fundador da startup Eu Me Banco. “O mercado ficará atento aos desdobramentos e andamento dessas pautas, que são importantíssimas.”
Dia da Independência fecha bolsas nos EUA
No exterior, o feriado de 4 de julho nos Estados Unidos (“Independence Day”) reduz a liquidez nas bolsas globais, incluindo a B3 , no começo da semana. Os negócios esquentam na volta do descanso com a divulgação da ata do FOMC (Comitê Federal de Mercado Aberto) na quarta (5).
E aí o mercado acionário ganha um toque de pimenta com dados relevantes do mercado de trabalho norte-americano, com o Jolts (Job Openings and Labor Turnover Survey) e o payroll (relatório oficial de emprego), previstos para as manhãs de quinta (6) e sexta (7), respectivamente.
Possível fim à novela do arcabouço fiscal
Alterado no Senado, o projeto que cria um novo mecanismo para substituir o teto de gastos, com regras que limitam o aumento das despesas do governo ao crescimento da arrecadação, voltou à Câmara e pode entrar na pauta de votações nos próximos dias.
Tudo depende da capacidade de articulação da gestão Lula com o presidente da Casa, Arthur Lira (PL-AL).
O relator, deputado Claudio Cajado (PP-BA), sinalizou que pretende derrubar as mudanças feitas pelos senadores para não flexibilizar tanto as condições. Mas o líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (AP), defendeu os ajustes para evitar um corte de R$ 40 bilhões no Orçamento do ano que vem.
A principal modificação do texto no Senado foi a retirada do limite de gastos as despesas da União com a complementação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), com o Fundo Constitucional do Distrito Federal (FCDF) e com as áreas de ciência, tecnologia e inovação.
Leia a seguir
