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Juros futuros desabam, dólar cai às mínimas e Ibovespa volta aos 130 mil pontos com cenário fiscal no foco
Os juros futuros ampliaram o ritmo de queda e foram às mínimas do dia, em uma forte retirada de prêmios de risco, no momento em que a curva doméstica segue bastante sensível às questões fiscais. A melhora da curva de juros também se mostra nos outros mercados locais, com o Ibovespa de volta aos 130 mil pontos e o dólar nas mínimas do dia.
Após declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que indicou a intenção de fortificar o arcabouço fiscal, e do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, ao avaliar que os preços de mercado estão um pouco exagerados, a expectativa dos agentes por medidas de redução de gastos do governo aumenta e dá apoio a algum alívio nos prêmios de risco exigidos pelos investidores. O movimento mais forte se dá na curva de juros, mas também se espalha por outros ativos, ainda que de forma mais contida.
Por volta de 16h40, a taxa do DI para janeiro de 2029 recuava de 12,975% no ajuste anterior para 12,72%, após ter subido a 13% mais cedo, enquanto a do DI para janeiro de 2031 cedia de 12,92% para 12,67%. No mercado de câmbio, o dólar comercial recuava 0,38%, a R$ 5,6709, enquanto o Ibovespa subia 0,60%, aos 130.011 pontos.
Em conversas privadas com alguns agentes de mercado, circularam informações sobre um corte de R$ 30 a R$ 50 bilhões de gastos que o governo pode anunciar após as eleições municipais. Além disso, com a intenção de Haddad de reforçar o arcabouço fiscal, o mercado começa a embutir nos preços algum alívio após o estresse recente, que, mais cedo, levou as taxas futuras a romperem o nível de 13%.
“O Brasil descolou demais dos emergentes e dos juros globais recentemente, então estamos vendo um retorno de um pedaço desse pessimismo extremo. A posição técnica está muito pesada à espera de um anúncio fiscal e pode vir algo bom”, diz o profissional de uma importante gestora na Faria Lima. Nesse sentido, em um momento de preços dos ativos bastante descontados, o mercado viu uma oportunidade para alguma valorização dos ativos locais.
Para outro profissional, “o Haddad passou a impressão de que existe algum comprometimento e o investidor estrangeiro até pode comprar isso mais facilmente”. Ele, inclusive, também comenta sobre as informações que circularam no mercado, mas diz ver como “balão de ensaio” para ver a reação inicial do mercado. “Tanto que existe bastante dissenso entre os consultores políticos”, enfatiza.
*Com informações do Valor Econômico
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