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Itaú Unibanco: Fed deve iniciar ciclo de cortes de juros nos Estados Unidos em maio
Os juros nos Estados Unidos devem começar a cair em maio, avalia o Itaú Unibanco em relatório. O banco leva em consideração, entre outros fatores, as últimas falas de Jerome Powell, presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central americano), de que a taxa não será reduzida na reunião de março.
“Powell indicou que não deve começar cortes em março, nosso cenário anterior, mas descreveu um cenário de inflação favorável para um início breve, tornando o início de cortes na reunião seguinte, em maio”, diz o texto assinado por Mario Mesquita, economista-chefe do Itaú e colunista da Inteligência Financeira.
“Avaliamos que os dados mais fortes de atividade geram dúvidas mais sobre o tamanho do ciclo do que sobre o momento do início do ciclo. Assim, continuamos a esperar quatro cortes de 0,25 ponto percentual esse ano, levando a uma taxa terminal de 3,6% em 2025”, acrescenta Mesquita no comentário.
Itaú: o que esperar do PIB dos Estados Unidos
Ainda no relatório, o Itaú elevou a previsão de crescimento do PIB dos Estados Unidos em 2024, de 1,5% para 2,5%. Isso depois de a economia americana ter crescido 2,5% em 2023, anota o banco.
“O crescimento do 4T23 surpreendeu novamente para cima, em 3,3% no trimestre anualizado, com números fortes no final do trimestre, indicando um carrego favorável para o início de 2024”, observa Mario Mesquita.
“A estimativa para o 1T24 também mostra resiliência em 1,8%, com 3,0% de crescimento de consumo. A demanda doméstica continua bem suportada pelo crescimento da massa salarial real e os balanços confortáveis de famílias e empresas. O mercado de trabalho, que poderia ser um fator de moderação do consumo, ainda desacelera apenas gradualmente”, prossegue o economista-chefe.
Já a inflação nos Estados Unidos, avalia o Itaú, continua benigna na margem e deve seguir em tendência de desaceleração. O banco aponta que o núcleo do PCE (índice de preços de gastos com consumo) desacelerou para 1,5% na métrica trimestral anualizado, para 1,9% em 6 meses anualizados e para 2,9% na variação anual.
“Uma desaceleração significativa que antecipou a discussão de cortes de juros. Esperamos que janeiro tenha um efeito temporário altista de sazonalidade residual, mas com desaceleração já a partir de fevereiro”, comenta Mario Mesquita.
“A desinflação de serviços deve continuar lenta, enquanto a inflação de bens ainda deve contribuir negativamente por alguns meses com a normalização de estoques, principalmente no setor de automóveis, a despeito dos riscos geopolíticos”, completa o economista-chefe do banco.
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