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Itaú vê chance de corte de juros nos Estados Unidos em setembro
O início do ciclo de cortes de juros nos Estados Unidos parece estar cada vez mais perto. Esta é a visão do Itaú Unibanco em relatório de revisão do cenário econômico divulgado nesta sexta-feira (12).
Assinado pelo economista-chefe Mario Mesquita, que também é colunista da Inteligência Financeira, o banco adiantou de dezembro para setembro a chance de o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) começar a flexibilizar as taxas.
Entre os fatores citados pela instituição que favorecem o relaxamento monetário estão um atividade em desaceleração gradual e uma inflação mais fraca. Bem como um mercado de trabalho mais equilibrado.
PIB dos EUA
“A economia americana mostra sinais mais claros de desaceleração. O PIB deve apresentar uma média de crescimento de 1,5% anualizado na primeira metade desse ano, bem abaixo do 4,1% da segunda metade do ano passado e do 2,5% do ano de 2023 fechado. Revisamos nossa projeção de crescimento deste ano de 2,7% para 2,5%.”
“Essa desaceleração também se reflete em um mercado de trabalho mais rebalanceado, com diversas métricas de criação de vagas e contratações em ritmo mais moderado. Mas ainda resiliente e sem sinais de aumento de demissões ou de desemprego.”
Ainda no relatório, o Itaú observa que o núcleo do PCE (deflator do consumo das famílias) desacelerou para 0,08% em maio na comparação mensal. E de 2,8% para 2,6% na variação anual. Além disso, após um novo dado fraco no CPI de junho, o banco projeta um ritmo aproximado de 0,20% à frente na variação mensal.
Fim do aperto monetário
Então, essa trajetória de desinflação deve permitir que o Fed inicie o ciclo de cortes de juros nos EUA neste ano.
“O Fed indicou mais cautela no início de cortes, mas as surpresas baixistas de inflação indicam que o ciclo pode começar em setembro. Em sua última reunião, o Fed revisou para cima as projeções de juros de três para um corte esse ano, uma indicação relevante de que a instituição deve demandar bastante evidência para iniciar os cortes, após a autoridade monetária ter sido surpreendida para cima algumas vezes.”
“Apesar disso, entendemos que os dois últimos dados de inflação representam uma surpresa baixista para o cenário do Fed, o que abre espaço para cortes mais cedo. Esperamos que o ciclo de cortes comece em setembro (em vez de dezembro) e revisamos de um para dois o número de cortes esse ano, mantendo os três cortes esperados para o ano que vem.”
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