O Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) encerra nesta quarta-feira (26) os dois dias de sua reunião periódica para discutir os rumos da taxa de juros.
Em agosto, após aumentar a taxa básica em 0,5 ponto percentual, para 13,75% ao ano, o comitê sinalizou que estava interrompendo um ciclo de 12 altas que se estendia desde março de 2021. Desde então, a inflação se manteve comportada, o que deve justificar a manutenção da Selic no atual patamar desta vez também.
“O BC avisou que ia parar de subir os juros e esperar para observar os efeitos na inflação”, diz Claudia Moreno, economista do banco C6. “De todos os indicadores e eventos das últimas semanas, não há nada que justifique uma mudança na mensagem.”
Assim como a economista do C6, as expectativas do mercado são praticamente consenso: os juros vão se manter no mesmo patamar atual, de 13,75% ao ano.
No comunicado para justificar a decisão, os investidores buscarão sinalizações da visão de médio e longo prazo do Copom para tentar estimar quando o BC pensa em voltar a reduzir a Selic. A maior parte dos analistas espera que os cortes comecem ao final do primeiro semestre de 2023, se as condições da economia se mantiverem favoráveis.
Como afeta os investimentos?
A perspectiva de continuidade dos juros em um patamar elevado favorece as aplicações em renda fixa, em detrimento da renda variável, especialmente se a inflação continuar caindo, porque o ganho real vai ficando maior. Na terça (25), o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou que o IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo do meio do mês) ficou em 0,16% em outubro após registrar dois meses seguidos de deflação. O acumulado em 12 meses caiu de 7,96% em setembro para 6,85% em outubro.