IF HOJE: Expectativa para inflação e juros piora com medo de descontrole das contas públicas
O boletim Focus desta segunda-feira (25) deve trazer atualizações nas previsões para a taxa básica de juros
O boletim Focus desta segunda-feira (25) trouxe uma foto do efeito Auxílio Brasil sobre as expectativas do mercado financeiro em relação aos juros e à inflação. A pesquisa semanal do Banco Central com analistas de instituições financeiras contou com atualizações nas previsões para a Selic e para os preços praticados no Brasil ao final deste ano. Para a inflação, a projeção passou de 8,69% para 8,96% de uma semana para cá. Para os juros, subiu de 8,25% PARA 8,75%.
As taxas de juros futuros subiram na semana passada com o aumento do risco fiscal. Na prática, isso quer dizer que o mercado já está colocando nas contas juros bem mais altos nos próximos meses e anos, pois acredita que a Selic irá subir ainda mais. Na quarta (27), o BC define uma nova Selic, que hoje está a 6,25% ao ano.
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Taxas mais altas são fruto de uma deterioração nas contas públicas com a manobra fiscal do governo de Jair Bolsonaro para financiar parcelar mínimas de R$ 400 para o programa substituto do Bolsa Família.
Novas definições acerca da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) dos Precatórios —que adia o pagamento de dívidas do governo que resultam de decisões judiciais definitivas e muda a forma de correção inflacionária no Orçamento, abrindo espaço para mais gastos governamentais— também devem mexer com o humor e as expectativas . Após ser aprovada em comissão especial, a PEC começa a ser discutida no plenário da Câmara dos Deputados na terça (26). Como o compromisso com o teto de gastos foi rompido, existe o temor de que os congressistas aproveitem para incluir outras despesas na PEC, sempre com vistas à eleição do ano que vem.
Últimas em Economia
Por que importa?
O aumento de gastos por parte do governo em uma velocidade maior que o aumento da arrecadação deteriora a imagem do país perante investidores, pois passa uma mensagem de gastos desenfreados e falta de compromisso em pagar as contas.
Como afeta seus investimentos?
Tal cenário pode afugentar investimentos, aumentar o custo de dívida, desvalorizar o real e demais ativos brasileiros, e desacelerar a economia.
Fique por dentro
Piora nas perspectivas
Após o aumento do risco fiscal no Brasil, o Credit Suisse passou a projetar uma Selic a 10,5% ao ano em maio de 2022 que vem.
O banco também ampliou a previsão para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) para 9,1% em 2021, ante 8,7% anteriormente. Para o ano que vem, espera uma alta de 5,5%, contra 5,2% anteriormente.
Para o PIB (Produto Interno Bruto), o Credit Suisse reduziu a expectativa deste ano para 5%, ante projeção anterior de 5,3%. Para 2022, espera uma alta de apenas 0,6%. Antes, o banco previa um crescimento de 1,1%.
Combustível mais caro
O valor médio do diesel se aproxima de R$ 5. De acordo com a pesquisa semanal de preços da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis), o combustível foi comercializado na semana passada a R$ 4,983 por litro, em média, uma alta semanal de 0,1%.
O maior preços detectado pela agência foi em Cruzeiro do Sul (AC): R$ 6,420 o litro.
Já o diesel S-10, de uso obrigatório em grandes cidades por ter menos enxofre, está, na média, R$ 5,048.
Trocas no ministério
Paulo Fontoura Valle, atual subsecretário de Previdência Complementar no Ministério do Trabalho e Previdência, vai ocupar o cargo deixado por Jefferson Bitencourt, de secretário do Tesouro. Bitencourt foi um dos quatro secretários que deixaram o ministério da Economia em desacordo à manobra fiscal em torno do Auxílio Brasil.
Para prestar atenção hoje
Após o fechamento do mercado: EcoRodovias, Energias do Brasil (EDP Brasil), Neoenergia e TIM divulgam seus balanços relativos ao terceiro trimestre; nos EUA.