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IF HOJE: Como a definição do Auxílio Brasil pode mexer com os investimentos
O clima de tensão no mercado financeiro deve continuar nesta quarta-feira (20), à espera de definições acerca do valor do Auxílio Brasil, programa social que deve substituir o Bolsa Família. O presidente Jair Bolsonaro insiste na parcela de R$ 400 até o fim de 2022, acima do que é pago atualmente, mas a equipe econômica do governo vê espaço somente para um benefício menor, de R$ 300. Segundo reportagens na imprensa, essa discordância gerou até uma ameaça, por parte de membros do time do ministro Paulo Guedes, de se demitir.
Por que importa?
O que preocupa investidores é como o governo fará para chegar aos R$ 400, com receio de que o teto de gastos seja rompido. Caso isso aconteça, o governo passa ao mercado financeiro uma mensagem de irresponsabilidade fiscal, o que deixa investidores temerosos com a capacidade de o Brasil pagar suas contas, o que deixa o país ainda menos atrativo para negócios e investimentos. Neste cenário, o juro pode subir mais, o real tende a se enfraquecer, e a economia, a piorar.
Mesmo sem uma definição clara do financiamento do programa, o governo havia marcado para o fim da tarde de terça (18) o anúncio do Auxílio Brasil. Na hora do evento, ele foi cancelado. Se aponta um mal-estar da pasta de Paulo Guedes com o projeto. Alguns membros da equipe econômica do governo teriam, inclusive, ameaçado demissão.
Como afeta seus investimentos?
A forte reação contrária do mercado com a notícia também teria provocado o adiamento do anúncio. O dólar comercial fechou em alta de 1,36%, a R$ 5,5944, maior patamar desde 15 de abril. O dólar turismo está a R$ 5,777. O Ibovespa teve forte queda de 3,28%, a 110.673 pontos.
Se o governo não encontrar uma alternativa dentro do orçamento para o valor de R$ 400, a Bolsa e o Real devem continuar pressionados nesta quarta. Caso a alternativa preterida pela equipe de Guedes prevaleça, estes ativos tendem a se recuperar.
Fique por dentro
- A atividade econômica brasileira caiu 1% em agosto, na comparação com julho, de acordo com o Monitor do PIB da FGV (Fundação Getulio Vargas) divulgado nesta terça. Em relação ao mesmo mês de 2020, a economia subiu 4,4% em agosto. A queda mensal foi maior do que a registrada pelo IBC-Br (Índice de Atividade Econômica) do Banco Central, que recuou 0,15% em agosto. Apesar do dado negativo, a FGV afirmou que a economia segue em recuperação, puxada pelo setor de serviços.
- A Petrobras avisou, na terça, que não vai conseguir atender a demanda por combustíveis em novembro, pois supera a sua capacidade de produção. Importadoras podem suprir o mercado, mas, com o dólar em alta, essa medida pode pesar ainda mais no bolso dos motoristas e pressionar a inflação. Diante do aumento do diesel nos últimos meses, os caminhoneiros marcaram greve para 1o. de novembro.
Para prestar atenção hoje
- 11h30: O governo americano divulga dados sobre estoque de petróleo e de gasolina e volume de refino. Dados podem mexer com o preço do óleo e de ações de petroleiras como a Petrobras.
- 15h: O Federal Reserve, banco central americano, divulga o seu Livro Bege, um relatório sobre as condições econômicas dos Estados Unidos. Os investidores querem saber se a inflação está avançando no país para analisar as possibilidades de aumento de juros.
- O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) analisa a compra de cerca de 32% da BRF, que é dona da Sadia e da Perdigão, pela Marfrig.
- A CPI da Covid apresenta o seu relatório final. Serão imputadas ao presidente Jair Bolsonaro (Sem partido) sete acusações, incluindo crime de epidemia com resultado de morte, infração de medida sanitária preventiva e charlatanismo.
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