IF Hoje: Aprovação do texto-base do novo arcabouço fiscal e negociação do teto da dívida nos EUA guiam os mercados nesta quarta-feira

O texto foi aprovado por 372 votos a 108 e representa uma vitória para o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT); parlamentares ainda precisam apreciar os destaques apresentados pelos partidos

Os investidores irão repercutir hoje a aprovação na Câmara dos Deputados do texto principal do novo marco para as contas públicas. O novo arcabouço fiscal substitui o teto de gastos na definição das regras para o crescimento das despesas federais. A aprovação do arcabouo fiscal representa uma vitória para o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O texto foi aprovado por 372 votos a 108. Ainda serão analisadas separadamente sugestões de mudanças no projeto do arcabouço fiscal antes dele seguir para o Senado.

Nos EUA, o mercado acompanha também as negociações para a ampliação do teto da dívida. O anúncio do por enquanto não-acordo entre governo e Congresso nos Estados Unidos fez com que o Ibovespa mudasse de direção na tarde de ontem, fechando no negativo, assim como pressionou os principais índices dos Estados Unidos. Hoje a história vai seguir guiando os mercados.

Exterior

Nos EUA, Joe Biden, e o presidente da Câmara dos Representantes, Kevin McCarthy, não conseguiram chegar a um acordo sobre como aumentar o teto da dívida do governo, mas prometeram “se reunir e trabalhar” para tentarem encontrar um terreno comum.

O máximo permitido para dívida emitida pelos EUA não pode ultrapassar os US$ 31,381 trilhões. No entanto, este valor já foi atingido em janeiro e, desde então, o governo não conseguiu emitir nenhuma nova dívida, o que tem dificultado Biden de cumprir as obrigações de curto prazo.

Faltam menos de 10 dias antes de um possível calote que pode afundar a economia dos país norte-americano.

A própria secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, afirmou ontem que o país deixará de ter capacidade de pagar suas dívidas a partir do dia 1º de junho caso o teto não seja aumentando.

IPCA-15

O indicador de inflação IPCA-15 de maio, que será divulgado amanhã (25) pelo IBGE, é um dos mais aguardados da semana e será um dos balizadores da próxima reunião de política monetária do Banco Central em junho, onde alguns agentes do mercado já apostam em cortes de juros.

A projeção da corretora Warren Rena para o IPCA-15 é de 0,65% em maio e 4,22% em 12 meses. A casa aponta também que esta divulgação deverá trazer consigo o fim da deflação de alimentação no domicílio.

Agenda

Reino Unido divulga sua inflação ao consumidor de abril e seus respectivos núcleos. O reino de Charles III também divulgará os números da inflação ao produtor com os núcleos.

A taxa atual de inflação do Reino Unido está em 10,1%, o que tem feito o Bank of England elevar a taxa de juros – atualmente em 4,50% ao ano – mas a projeção dos analistas é de uma desaceleração para 9,8% aferidos em abril.

A África do Sul também reporta seu IPC e núcleos, com projeção de 6,9% no acumulado de 12 meses encerrados em abril.

Nas Américas, Canadá e México também vão divulgar seus dados de inflação ao consumidor, enquanto os Estados Unidos vão publicar seu relatório de produção, vendas, importação e estoque de petróleo e de seus derivados.

Nos Estados Unidos também será divulgada a ata da reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC).

Mercado ontem

Ibovespa mudou de direção e fechou em queda nesta terça-feira (23) com os investidores preocupados com uma possível estagnação das negociações para elevar o teto da dívida dos EUA após comentários do presidente da Câmara, Kevin McCarthy.

Ao fim do pregão, Ibovespa encerrou em queda de 0,26%, aos 109.929 pontos, enquanto o dólar fechou em alta de 0,02%, negociado a R$ 4,9711.

No dia seguinte à terceira reunião com o presidente Joe Biden sobre o tema, McCarthy afirmou que a Câmara dos Representantes não vai aprovar nenhuma lei que eleve o teto da dívida sem reduzir os gastos previstos do governo, segundo informação que circula repercutida por operadores do mercado.

McCarthy ainda disse que não tem uma nova reunião marcada com Biden.