Haddad sobre revisão de crescimento do PIB em 2024: ‘Pode ser sim superior a 2,2%’

Ministro da Fazenda também disse que meta de déficit zero depende do Congresso

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira (27), que o resultado primário do governo será decidido pelo Congresso Nacional. De acordo com ele, o cumprimento da meta de déficit zero dependerá da aprovação de leis que foram encaminhadas pelo Poder Executivo no ano passado e tramitam no Legislativo.

“Hoje em dia quem dá a última palavra sobre orçamento é o Congresso Nacional. Antigamente, o Executivo tinha poder de veto, uma série de instrumentos à sua mão que permitiam a ele conduzir economia com quase exclusividade. Hoje não é assim. Hoje o Congresso tem muita força. Hoje um veto presidencial é derrubado com muita naturalidade, como aconteceu no final do ano passado. É uma corresponsabilidade pelo resultado”, disse Haddad em entrevista à Rádio Itatiaia.

O ministro reforçou que Executivo e Legislativo precisam “dar às mãos” em prol de uma “arrumação” das contas públicas. O Congresso está debruçado sobre projetos enviados pela equipe que buscam reduzir a renúncia fiscal, como a questão da desoneração da folha dos 17 setores, a redução da contribuição previdenciária dos municípios e a reformulação do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse). O Legislativo também precisa apreciar o veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva aos R$ 5,6 bilhões aprovados em emendas de comissão.

Em relação à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que amplia a imunidade tributária de entidades religiosas, Haddad disse que o texto foi ajustado com o Ministério da Fazenda e “muito bem” recebido por todas as partes. A matéria foi aprovada em comissão especial da Câmara, mas ainda precisa ser votada em plenário.

Revisão do crescimento do PIB

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a revisão do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) pode acontecer ainda no primeiro semestre. “Pelo que vejo da evolução da geração de emprego, das notícias que tenho dos setores agro, automobilístico, etc, quero crer que essa revisão pode ser feita para cima, mas é uma percepção minha”, disse.

“Para este ano, nós estávamos projetando um crescimento de 2,2%, mas penso que à luz do aquecimento da economia no começo do ano e da geração de empregos, o Ministério da Fazenda vai ser obrigado a rever sim a projeção de crescimento para este ano”, disse à Rádio Itatiaia. “Acredito que a área técnica vai concluir que o crescimento pode ser sim superior a 2,2%, como está previsto na Lei Orçamentária.”

O ministro ressaltou que, para a revisão da previsão do PIB, é preciso prestar atenção no número de geração de emprego de fevereiro, que será divulgado ainda nesta quarta-feira. Segundo ele, a projeção de um crescimento também se dará, sobretudo, se a taxa de juros continuar caindo.

Com informações do Estadão Conteúdo