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Para Galípolo, maior surpresa do estímulo fiscal é seu efeito multiplicador no PIB
Estímulos fiscais tiveram um efeito multiplicador surpreendente na atividade econômica no Brasil, disse nesta quarta-feira o diretor de política monetária do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo.
“A surpresa no fiscal está menos no tamanho no impulso e mais no efeito que está gerando na economia”, disse Galípolo durante o evento Fórum de Estratégias de Investimentos, do Bradesco, em São Paulo.
O comentário do diretor, que assume em janeiro de 2025 como presidente do BC, vem no momento em que o mercado aguarda a divulgação de um pacote do governo Lula para corte de gastos.
Muitos economistas vêm apontando uma necessidade crescente de um ajuste nos gastos públicos como caminho para reduzir a pressão inflacionária e, por consequência do juro.
Nesse sentido, o BC divulgou na terça-feira a ata da última reunião, na semana passada, quando subiu a Selic de 10,75% para 11,25% ao ano.
No documento, o BC sinalizou que deve promover novos aumentos da taxa.
Assim, a maioria do mercado prevê que a Selic pode alcançar algo ao redor de 13% ao longo de 2025.
Com isso, o BC poderia fazer as expectativas para o IPCA caírem. Nos últimos 12 meses até outubro, o índice acumulou alta de 4,76%.
Isso é bem acima da meta de referência do BC, de 3% ao ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto, ou seja, até 4,5%.
Além disso, as expectativas do mercado para 2024 e 2025 também estão acima da meta.
Galípolo reforçou que o objetivo da ata não foi dar uma previsão do que o BC pretende fazer nas reuniões seguintes.
Os diretores do BC voltam a se reunir nos dias 10 e 11 de dezembro próximo, encontro do qual deve sair uma nova alta do juro, segundo expectativas.
Galípolo: PIB resiste bem a ciclos de alta de juros
Segundo o diretor, a economia brasileira tem uma característica de resistir firme a ciclos de alta de juros, como o atual.
Isso é ilustrado pelo fato de, mesmo com juros acima de dois dígitos nos últimos dois anos e meio, o PIB brasileiro vir crescendo acima das expectativas.
Sem citar casos específicos, Galípolo, citou características históricas da economia brasileira que criam certas proteções.
Nesse sentido, ele mencionou indexações, que provocam ajustes automáticos de preços pela inflação.
“É super positivo que se traga à luz para a sociedade a discussão sobre indexações”, acrescentou ele.
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