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Galípolo endurece tom e derruba juro longo em dia de IPCA acima do esperado
O mercado retira prêmios de risco na parte longa da curva de juros no pregão desta sexta-feira (8), o que leva a uma queda firme nas taxas futuras.
Após as falas consideradas duras do diretor de política monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, na noite de ontem, agentes avaliam que aumentou a probabilidade de uma elevação de juros no curto prazo e diminuiu o risco de um Copom mais leniente com a inflação a partir do ano que vem.
Galípolo é considerado o favorito para assumir a presidência do BC no próximo ano, com o fim do mandato de Roberto Campos Neto. Reportagem da Inteligência Financeira detalhou o perfil do economista, o que pensa e sua trajetória no mercado.
Impacto sobre as taxas longas de juros
O cenário contribui para uma apreciação da moeda brasileira o que, junto com um ambiente externo mais calmo, acaba trazendo para baixo as taxas longas de juros.
Perto das 16h40, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 subia de 10,69% no ajuste anterior para 10,74%. A do DI para janeiro de 2026 recuava de 11,575% para 11,625%.
A do DI para janeiro de 2027 oscilava de 11,695% para 11,55%. Por fim, a do DI para janeiro de 2029 recuava de 11,815% para 11,61%. Na ponta longa da curva, a taxa do DI para janeiro de 2033 recuava de 11,83% para 11,60%.
Nos EUA, o rendimento da T-note de 10 anos caía de 3,997% para 3,937%.
No mesmo horário, o dólar comercial caía 1,10% contra o real, negociado a R$ 5,5130. A queda da divisa americana supera os 3% nesta semana.
Galípolo e a inflação
Galípolo mostrou um discurso bastante alinhado ao da ata da Copom, divulgada na terça-feira. Ele afirmou que os novos diretores ainda precisam conquistar credibilidade perante a sociedade e enfatizou o compromisso com a meta de inflação. Disse isso ao lembrar que o IPCA projetado para o primeiro trimestre de 2026, atual horizonte relevante da política monetária, está em 3,2%. E, portanto, acima da meta de inflação (3,0%).
O dirigente também emitiu a opinião de que o balanço de riscos para a inflação era assimétrico neste momento, com mais riscos de alta para a inflação.
O discurso foi percebido pelos agentes financeiros como “hawkish” (conservador) e alinhado com o de uma redução nos riscos relacionados à condução futura da política monetária. Assim, a curva de juros se ajusta ao cenário para refletir uma percepção de maior risco de elevação de juros no curto prazo e de menores riscos no longo prazo.
Além disso, os números um pouco mais salgados que o esperado do IPCA de julho, especialmente em relação à composição, que mostrou núcleos de inflação e preços de serviços acima do esperado pelo mercado. Dessa maneira, contribuem com a visão de uma postura mais conservadora do BC no curto prazo, o que ajuda a retirar prêmios da ponta longa da curva.
Com informações do Valor Econômico
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