Funcionários da Caixa defendem juros menores para consignado do Auxílio Brasil

Proposta, que inclui rever a taxa também retroativamente, foi feita em documento encaminhado para Lula nesta semana

Agência da Caixa (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Agência da Caixa (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Documento produzido por funcionários da Caixa Econômica Federal e entregue na quarta-feira (30) ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) propõe uma reavaliação da alta taxa de juros do programa de crédito consignado do Auxílio Brasil.

“Uma das sugestões: reduzir a taxa de juros ao nível do menor consignado Caixa para contratos já concedidos. Avaliar a estratégia de comunicação junto ao público beneficiário, na medida que o aumento de benefícios de R$ 400 para R$ 600 não será percebido pelo beneficiário em função do desconto da parcela do consignado”, diz o documento do Comitê Popular de Luta em Defesa da Caixa.

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Marcia Kumer, funcionária aposentada da Caixa e uma das coordenadoras do grupo, explica que a ideia é que seja rediscutida a taxa de juros do consignado, inclusive retroativamente, alinhando com o que é cobrado em outras linhas de financiamento com desconto em folha.

O documento da Caixa ressalta que a instituição tem um papel de estado a cumprir na execução dos programas de distribuição de renda, de fomento à habitação, infraestrutura, saneamento, micro, pequenos e médios empresários e ao pequeno produtor rural.

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Entre as propostas, está o retorno das operações do Programa Minha Casa, Minha Vida, a implementação de Assistência Técnica em Desenvolvimento Urbano e Habitação de Interesse Social aos municípios, o desenvolvimento de estudos de novos modelos de negócio e novas soluções de moradia, além da instituição de unidade de negócios para atuar na renegociação de dívidas e recuperação de créditos inadimplentes, entre outras ações.

O documento também fala em flexibilizar a regulamentação para utilização de recursos do depósito compulsório como motivador para os bancos atuarem na renegociação de dívidas.

Kumer também ressalta a proposta de que os programas de políticas públicas da Caixa sejam operacionalizados de forma integrada. “O maior banco público da América Latina precisa ter a inclusão bancária no mesmo sentido da inclusão social e isso demanda investimento em TI tanto quanto mudanças intencionais nos valores, cultura e no jeito de operar e servir à população”, diz o documento.

(Por Fabio Graner, analista de economia do JOTA em Brasília)
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