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Eleições EUA: como o Itaú vê a disputa entre Kamala Harris e Donald Trump?
Empresas citadas na reportagem:
A candidata democrata à presidência dos EUA, Kamala Harris, “ganhou” o debate eleitoral realizado com o republicano Donald Trump. Mas há dúvidas sobre quanto de “momento” ela ainda pode ganhar a mais nas pesquisas de intenção de voto.
Além disso, qualquer que seja o resultado da corrida à Casa Branca, ele não deve significar um cenário de descompressão expressiva de risco para economias emergentes. Essa é a avaliação de economistas do Itaú Unibanco.
“Os democratas ganharam bastante impulso com a troca do [presidente Joe] Biden [como candidato democrata à reeleição] pela Harris”, afirmou Mario Mesquita, economista-chefe do Itaú Unibanco, em encontro com jornalistas.
“Fez uma eleição que caminhava muito fortemente para o Trump [ganhar] virar uma eleição mais disputada”, disse. “Ela [Harris] está na frente no voto nacional. Mas sabemos que nos Estados Unidos o voto nacional tende a ser mais enganoso. Porque não é uma eleição de eleitores, é uma eleição de Estados”, ponderou.
Kamala x Trump
Mesquita apontou que, na média ponderada de pesquisas de intenção de votos nos chamados “swing states” – estados americanos que não são fieis nem a democratas nem a republicanos e que, em geral, são os mais importantes para se decidir uma disputa presidencial -, Harris teve uma melhora, passou na frente de Trump mas, recentemente, estabilizou.
Nas pesquisas nacionais anteriores ao debate, Trump até estava voltando a “ganhar um pouco de momento”, observou Bernardo Dutra, economista do Itaú e especialista em Estados Unidos.
Segundo ele, Harris “claramente” foi a vencedora do debate por diversas métricas, como os dados de casas de apostas e pesquisas pós-debate. “A gente tem dúvida de quanto de ‘momento’ ela volta a ganhar, dado que ela já está na frente. Acho que pode somar mais um ou dois pontos na pesquisa nacional, mas nos ‘swing states’ é menos claro. Ela já estava estabilizada, acho que o efeito tende a ser menor”, disse Dutra, acrescentando que nesses estados a disputa também é mais polarizada.
Nenhum dos dois candidatos, em caso de vitória, deve fazer muito coisa em termos de ajuste fiscal, ponderou Mesquita.
Para os mercados emergentes, a experiência da primeira eleição de Trump mostra que, no momento, houve pressão sobre ativos desses países. “A julgar por aquela experiência, poderíamos ver algo semelhante”, afirmou Mesquita.
E, para a América Latina, seria especialmente complicado um aumento das tensões entre EUA e China, observou Mesquita. “E Trump já mencionou que quer fazer tarifaço sobre importações chinesas”, disse.
“Não é um cenário de descompressão de risco com nenhum dos dois candidatos, sendo que com Trump ainda tem essa questão da rivalidade comercial com a China de forma mais intensa”, concluiu Mesquita.
Com informações do Valor Econômico
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