O dólar à vista reverteu o sinal de apreciação observado mais cedo e passou a cair, enquanto as taxas futuras de prazos mais longos ampliaram o recuo na manhã desta quinta-feira. A dinâmica acompanha um movimento global de depreciação do dólar em meio ao fechamento da curva de juros americana. Entre operadores, há a percepção de que pode estar ocorrendo uma alocação de recursos por parte de investidores globais, depois das eleições americanas.
Perto das 10h25, o dólar comercial era negociado em queda de 0,29%, cotado a R$ 5,6579, enquanto o dólar futuro para dezembro exibia depreciação ainda maior, de 1,00%, a R$ 5,6700. A leitura de operadores sobre essa diferença dos mercados estaria possivelmente na sazonalidade de fim de ano que pesa para o dólar spot, já que há pressão para saída de recursos no período. De todo modo, o dólar segue fraco em ambos os mercados, acompanhando a dinâmica externa, com o índice DXY recuando 0,48%, aos 104,577 pontos. Apesar da apreciação, o real está entre as 10 moedas com pior desempenho, da relação das 33 divisas mais líquidas.
Já os juros futuros chegaram a recuar em toda a extensão da curva a termo, mas com o movimento concentrado nas taxas de longo prazo, o que indica uma retirada de prêmio de risco pelos investidores em meio às discussões em torno do pacote de ajuste fiscal e reajuste de posições após a eleição de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos. No horário citado acima, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) de janeiro de 2026 tinha leve alta de 12,95%, do ajuste anterior, para 12,97%; a do DI de janeiro de 2027 cedia de 13,035% a 12,975%; e a do DI de janeiro de 2029 despencava de 12,975% para 12,865%.
Para um gestor local, a dinâmica por ora reflete mais eventos externos do que locais. Ele diz que os preços dos ativos ficaram muito “esticados” (subvalorizados) no período anterior à eleição dos Estados Unidos, e agora os agentes devem estar ajustando posições. “De fiscal no Brasil, na verdade, teve duas pioras que duraram pouco no câmbio, foi o Lula ontem, e hoje quando saíram relatos de que a divulgação das medidas ficará para semana que vem.”
*Com informações do Valor Econômico