Dólar cai a R$ 5,40 com alívio fiscal e queda nas vendas no varejo

Dados mais fracos que o esperado das vendas no varejo de setembro no país também deram suporte ao real ao indicarem uma necessidade menor de o Copom apertar o passo das altas da Selic

A tramitação da PEC dos Precatórios, que vai agora para o Senado, segue trazendo alívio e permitindo a redução do prêmio de risco sobre o dólar no mercado brasileiro. Ajudado ainda por dados mais fracos que o esperado das vendas no varejo de setembro no país – que reduzem a preocupação com a inflação e também a expectativa com o grau do aperto monetário que o Copom terá que conceder na próxima reunião, a moeda americana teve queda firme no Brasil, destoando do comportamento mais geral das divisas lá fora.

No encerramento dos negócios, a moeda americana foi negociada a R$ 5,4041. Este é o menor patamar de fechamento desde 1º de outubro, quando o dólar fechou cotada a R$ 5,3684.

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“O mercado já está virando a página do fiscal, porque já consegue dizer qual será o tamanho do rombo. Se o Senado alterar o texto da PEC, vai ser para que ele tenha um impacto fiscal menor”, afirmou um gestor que preferiu não ser identificado.

Outro fator que pesou positivamente sobre o humor dos agentes locais foi o dado de vendas no varejo restrito, que surpreendeu negativamente: houve queda de 1,3% em setembro na comparação mensal, muito mais intensa que a mediana das projeções colhidas pelo Valor Data, que apontava contração de 0,6%.

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Embora ruim, o número indica potencial desaceleração da inflação, que continua elevada no país e preocupa os agentes financeiros. “Dados mais fracos do varejo podem fazer o Banco Central repensar o ritmo de altas da Selic. Perde força uma alta de 200 pontos-base em função de algo entre 150 pontos e 175 pontos, o que ajuda a viabilizar algum crescimento e econômico”, afirma a economista da CM Capital Ariane Benedito.

A predominância do fator doméstico fica mais clara quando se olha o movimento global ads moedas hoje. O real foi não apenas uma das poucas divisas que se valorizaram no pregão, como também ganhou com folga. Contra o rand sul-africano, segundo colocado, o dólar caía 0,63% no horário de fechamento.

Lá fora, a moeda americana segue se fortalecendo após a surpresa com o Índice de Preços ao Consumidor mais forte que o esperado em outubro nos Estados Unidos.

“O dado de inflação de ontem foi um chacoalhão nos mercados globais. As expectativas sobre o momento em que o Federal Reserve irá tirar os juros do chão foram antecipadas e isto dá grande impulso ao dólar”, dizem estrategistas do Brown Brothers Harriman.

“O Fed não está minimamente perto de fazê-lo, mas entendemos o porquê dos dirigentes advogarem por um rápido fim do ‘taper’ para terem o máximo de flexibilidade possível no próximo ano.”

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