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‘Dólar agro’: Argentina lança novo câmbio para o campo
O ministro da Economia da Argentina, Sergio Massa, anunciou nesta quarta-feira medidas para reforçar as reservas líquidas do Banco Central da Argentina (BCRA) centradas principalmente no estabelecimento de um novo tipo de câmbio para o setor agrícola e em estímulos para que os produtores liquidem suas exportações no prazo legal de 180 dias.
O novo “dólar agro”, ou “dólar soja-3” — como vem sendo chamado pelos economistas do país — terá um câmbio fixo de 300 pesos por US$ 1, bem acima da cotação oficial, de 211 pesos. Com isso, o governo pretende acelerar suas reservas líquidas em moeda estrangeira, que desceram ao nível de US$ 2,6 bilhões, as mais baixas em vários meses, segundo o último dado do BCRA, divulgado em fevereiro.
As medidas começam a valer dia 8 e se estenderão até 24 de maio para os produtores de soja.
“O objetivo é aliviar a situação dos produtores que enfrentam a pior seca em muitas décadas, ajudando-os também a manter a produção para o mercado interno”, disse Massa. Com a aproximação das eleições de outubro e enfrentando uma inflação que ultrapassa os 100% ao ano, Massa usou o anúncio para advertir que os produtores deverão garantir empregos e não reduzirem o abastecimento do mercado interno para que tenham acesso aos benefícios do programa.
“Queremos suspender as execuções fiscais e bancárias e que os produtores sintam que o Estado facilita seu acesso ao mercado de crédito para uma melhor fase que virá em maio com a chegada das chuvas”, argumentou Massa.
Massa advertiu, porém, que exportadores que ainda não liquidaram suas dívidas dentro do prazo terão agora 30 dias para fazê-lo, sob o risco de sofrerem sanções econômicas e penais.
“O Banco Central tem US$ 3,7 bilhões em mãos de produtores que ainda não liquidaram seus dólares e não teremos mais nenhuma tolerância com os especuladores”, disse Massa durante o anúncio. “O produtor honesto não pode mais arcar com os custos de pessoas mal intencionadas que se aproveitam de situações pontuais”, declarou o ministro.
No mercado paralelo, ou “blue”, o dólar era vendido na Argentina por 393 pesos.
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