Dívidas em recuperação extrajudicial no Brasil crescem 300 vezes em 2025
O Observatório Brasileiro de Recuperação Extrajudicial (Obre) informou nesta quinta-feira (20) que o volume de dívidas relativo a processos de recuperação extrajudicial alcançou cerca de R$ 2,5 bilhões, para 587 credores, no acumulado de 2025.
Esse montante é cerca de 300 vezes maior se comparado com o volume verificado no mesmo período do ano passado.
No acumulado de 2024, o volume de dívidas negociadas por meio da recuperação extrajudicial cresceu 387,5% em comparação com 2023, somando R$ 39 bilhões, informa o material.
Em fevereiro, foram três novos pedidos de recuperação extrajudicial, somando seis casos neste ano e 202 casos desde a criação do órgão, em janeiro de 2022.
Os registros foram verificados nos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Paraná.
Desaceleração econômica já influencia
Cenário de desaceleração econômica desde o último trimestre de 2024 e aumento dos juros afetam os resultados das empresas, além da elevação da inflação, que reduz a confiança de consumidores e do empresariado na economia.
Desde o ano passado, o Comitê de Política Monetária do Banco Central vem elevando as taxas numa tentativa de desacelerar a economia, após uma série de incentivos públicos para o aquecimento da demanda, que acabaram gerando pressão em preços.
A alta do dólar, após o governo ter decepcionado empresários e investidores com medidas fiscais frustrantes, também obrigou o BC a elevar a Selic.
O destaque em fevereiro foi o pedido de tutela cautelar da Rede de Supermercados St. Marche, com dívidas negociadas R$ 639 milhões.
A medida, prevista no artigo 20-B, possibilita a suspensão das execuções por um período de 60 dias, até a apresentação de um plano de recuperação, que ainda não está definido se será judicial ou extrajudicial.
A empresa informa que buscará um acordo fora do âmbito judicial.
*Com informações do Valor Econômico
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