Primeiro Copom sob Galípolo mantém firmeza contra inflação e abre porta para reavaliação em maio

Na primeira reunião sob Gabriel Galípolo, colegiado manteve o tom duro contra a inflação

Na primeira reunião sob comando de Gabriel Galípolo, nesta quarta-feira (29), o Comitê de Política Monetária (Copom) correspondeu às expectativas do mercado, elevando o juro básico do País em 1 ponto percentual, a 13,25% ao ano, em decisão unânime.

Com a decisão, o juro básico voltou à máxima desde setembro de 2023.

O comunicado que acompanha a decisão manteve o tom duro contra a inflação que prevalecia desde setembro, quando o colegiado começou a subir a Selic.

Assim, o Copom mencionou mais uma vez as incertezas nos Estados Unidos e seus impactos globais, além da inflação doméstica pressionada.

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    Adicionalmente, a instituição também reforçou a preocupação com a desancoragem das expectativas do mercado para a inflação futura.

    Além de Galípolo, o Copom teve pela primeira vez outros quatro diretores indicados pelo governo do presidente Lula, que criticava fortemente a política de juros do antecessor de Galípolo, Roberto Campos Neto.

    De todo modo, esses novos diretores também destacaram a atenção sobre a política fiscal do governo brasileiro e seus impactos sobre os preços dos ativos.

    Noutro sinal de manutenção do tom do BC, o órgão reforçou o compromisso de aumentar a Selic em mais 1 ponto na próxima reunião, em 18/19 de março.

    No encontro do mês passado, a sinalização era de dois aumentos dessa magnitude.

    Agora, o comitê sinalizou que vai esperar. “Dependerá da evolução da dinâmica da inflação”. Isso antes de decidir o que fazer a partir do encontro seguinte, em 6/7 de maio.

    A previsão do mercado é de que a taxa básica vai superar 15% ao ano ao longo de 2025.

    Expectativas de inflação pioraram desde dezembro

    Um elemento no qual o Copom frisou que manterá as atenções é na expectativa do mercado para a inflação.

    Nesse sentido, a previsão do mercado para o IPCA de 2025 agora está em 5,5%, uma piora em relação a dezembro, quando era de 4,8%.

    Desta vez, o órgão já citou a previsão também para 2026, de 4,2%. Ou seja, a inflação deve desacelerar, porém ainda ficar acima da meta do BC, de 3% anuais.

    Em contrapartida, a autoridade monetária trouxe uma novidade como um possível fator para empurrar a inflação para baixo.

    No documento esse risco é descrito como “um cenário menos inflacionário para economias emergentes decorrente de choques sobre o comércio internacional”.

    Isso está em linha com alertas de economistas de que a ameaça do recém-empossado presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor maiores tarifas sobre importações, poderia provocar uma queda no comércio global, derrubando os preços de commodities. Por decorrência, isso poderia ter um efeito desinflacionário global.

    O comunicado ainda citou eventuais condições financeiras globais mais apertadas, sem dar detalhes.

    Mais cedo nesta quarta-feira, o Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos) manteve o juro do País na faixa de 4,25% a 4,5%.

    A expectativa do mercado é de que o Fed volte a cortar juros ao longo de 2025.

    Por fim, o BC repetiu a disposição de esperar dados de atividade doméstica, para detectar uma possível desaceleração econômica mais forte.

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