Copom indica aperto menor da Selic na reunião de maio

Diretores do Banco Central seguem preocupados com a inflação acima da meta, mas identificaram sinais iniciais de desaceleração da economia

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central indicou nesta quarta-feira (19) que vai reduzir o ritmo de alta da Selic na reunião de maio.

“O comitê antevê, em se confirmando o cenário esperado, um ajuste de menor magnitude na próxima reunião”, diz o documento.

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    Porém, o Copom não indicou qual será a alta na próxima reunião, prevista para os dias 6 e 7 de maio.

    A aposta majoritária do mercado é de que o aumento pode ser de 0,5 a 0,75 ponto.

    A sinalização veio junto com o aumento de 1 ponto percentual da taxa básica de juros, para 14,25% ao ano, como o próprio órgão havia sinalizado em janeiro.

    Assim, foi a terceira alta seguida de um ponto percentual, para o nível mais alto desde outubro de 2016.

    Inflação alta ainda preocupa o Copom

    O documento mostrou que a decisão foi unânime dos nove diretores do BC que compõem o Copom.

    Nele, o colegiado ainda se mostrou preocupado com o cenário atual de inflação, que segue acima da meta do BC, de 3% ao ano.

    A expectativa do mercado para o IPCA cheio de 2025 está em 5,7%.

    A inflação cheia (…) manteve-se acima da meta e novamente tiveram elevação, diz trecho do comunicado.

    No cenário para os próximos 18 meses, que o BC chama de cenário de referência, a projeção é de que a inflação no terceiro trimestre de 2026 será de 3,9% em 12 meses, ainda acima da meta.

    Além disso, o Copom citou que a percepção do mercado sobre a dívida pública “segue impactando, de forma relevante, os preços de ativos”.

    Por fim, o colegiado do BC mencionou os possíveis efeitos inflacionários da guerra tarifária do governo de Donald Trump, nos Estados Unidos.

    Como consequência, os países podem praticar uma taxa de câmbio mais depreciada, o que também pode pressionar a inflação.

    Como contrapartida aos fatores listados acima, o Copom citou sinais de “incipiente moderação no crescimento” da economia.

    Mercado já previa indicação de alta menor da Selic

    Os contratos de juros futuros caíram nesta quarta-feira na B3 pela terceira sessão consecutiva.

    Esse movimento traduziu apostas mais recentes do mercado de que a Selic poderia subir menos.

    O Itaú BBA avaliou nesta semana que, com o real mais apreciado e menor pressão inflacionária, o BC deve encerrar o ciclo de alta de juros mais cedo.

    Agora, o banco projeta que a Selic atinja 15,25% em junho, ante previsão anterior de 15,75%.  

    A decisão do Copom veio horas após o Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos) manter as taxas de juros dos Estados Unidos na faixa entre 4,25% e 4,5% ao ano.

    Contudo, os dirigentes do Fed seguem apostando dois cortes de 0,25 ponto percentual na taxa ainda neste ano.

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