Copom eleva a Selic a 14,25% ao ano, maior patamar desde outubro de 2016

Aumento de 1 ponto percentual da taxa básica de juros era amplamente esperado pelo mercado; o comitê antevê um ajuste de menor magnitude em maio

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou de forma unânime, na noite desta quarta-feira (19), o terceiro aumento consecutivo da taxa básica de juros do País. Assim, a Selic salta 1 ponto percentual, de 13,25% para 14,25%. O aumento já era amplamente esperado.

A atenção do mercado estava voltada sobretudo para o comunicado do Copom.

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    Neste sentido, o comitê informou que antevê um ajuste de menor magnitude na próxima reunião, em maio, “em se confirmando o cenário esperado”. Além disso, a autoridade monetária reforçou que a magnitude total do ciclo de aperto monetário será ditada “pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta e dependerá da evolução da dinâmica da inflação.”

    Para além disso, o comitê destacou no comunicado que o ambiente externo permanece incerto. Isso se dá em função da conjuntura e da política econômica nos Estados Unidos. “Esse contexto tem gerado ainda mais dúvidas sobre os ritmos da desaceleração, da desinflação e, consequentemente, sobre a postura do Fed”, diz o Copom.

    Como efeito, afirma a autoridade monetária, “o cenário externo segue exigindo cautela por parte de países emergentes.”

    O Copom segue o plano de tentar debelar o aumento de preços que vem minando o poder de compra dos brasileiros. Atualmente, o IPCA – índice oficial de inflação – acumula alta de 1,47% no ano e, nos últimos doze meses, o índice ficou em 5,06%, acima dos 4,56% dos 12 meses imediatamente anteriores.

    Agora, a taxa básica de juros da economia brasileira atinge o maior patamar desde outubro de 2016, alcançando o mesmo nível da crise do governo de Dilma Rousseff, entre 2015 e 2016.

    No Copom de janeiro, o BC sinalizou um novo aumento de 1 ponto percentual para o encontro deste mês “diante da continuidade do cenário adverso para a convergência da inflação”. O choque de juros, com três altas seguidas de 1 ponto, já havia sido acertado no último encontro do colegiado de 2024.

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