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Confiança do comércio inicia 2022 em baixa; desaceleração da economia também afeta serviços
O Instituto Brasileiro de Economia da FGV (FGV IBRE) informou nesta sexta-feira (28) que o Índice de Confiança do Comércio (ICOM) cedeu 0,4 ponto em janeiro, ao passar de 85,3 para 84,9 pontos – em uma escala de zero a 200 pontos. O resultado representa menor nível do indicador desde abril de 2021 (84,1 pontos). No primeiro mês de 2022, houve queda em três dos seis principais segmentos do setor. O recuo no mês foi resultado da piora da percepção sobre o momento presente. O Índice de Situação Atual (ISA-COM) caiu 3,5 pontos chegando a 80,5 pontos, menor valor desde março de 2021 (75,9 pontos). Já o Índice de Expectativas (IE-COM) avançou 2,7 pontos, ao passar de 87,3 pontos para 90,0 pontos.
“A confiança do comércio inicia o ano reduzindo a velocidade da desaceleração observada no final de 2021. O resultado negativo foi influenciado pela percepção de queda no volume de vendas no momento. As perspectivas para os próximos meses melhoram, mas ainda é cedo para comemorar, considerando o patamar abaixo do nível neutro do índice”, destaca Rodolpho Tobler, economista do FGV IBRE. “A inflação elevada, renda média do trabalhador em baixa, confiança dos consumidores em queda e juros em alta, parecem ser fatores que pressionaram a confiança do comércio nesse nível mais baixo. Para voltar ao caminho de recuperação da confiança, será preciso sinais positivos nos fatores mencionados, além da continuidade do controle da pandemia”, acrescenta.
Desempenho do setor de serviços
O Índice de Confiança de Serviços (ICS) perdeu 4,3 pontos em janeiro, para 91,2 pontos – menor nível deste maio de 2021 (88,1 pontos). A queda foi resultado da piora na avaliação das empresas sobre a situação atual e das perspectivas para os próximos meses. O Índice de Situação Atual (ISA-S) caiu 3,1 pontos, para 89,4 pontos, menor nível desde junho de 2021 (88,7 pontos). O Índice de Expectativas (IE-S) recuou 5,5 pontos, para 93,2 pontos, menor nível desde maio de 2021 (92,4 pontos).
“O setor de serviços inicia 2022 com uma nova queda, sendo a mais intensa desde março de 2021, período da segunda onda da pandemia de covid-19. O resultado negativo desse mês parece refletir a desaceleração que já vinha sendo sinalizada nos últimos meses, mas com o acréscimo da nova onda da pandemia”, diz Tobler. “Além do cenário macroeconômico ainda difícil e da cautela dos consumidores, a volta de algumas medidas restritivas já impacta a atividade do setor e liga o sinal de alerta sobre o ritmo dos próximos meses. Enquanto esses fatores persistirem vai ser difícil observar o retorno da tendência positiva da confiança no setor de serviços”, completa o economista do FGV IBRE.
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