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Com as novas regras da Caixa, o financiamento imobiliário exige mais pagamento à vista. Alternativas incluem o sistema pró-cotista com FGTS e buscar crédito em outros bancos. A Caixa reduziu o teto de financiamento, afetando famílias com renda acima de R$ 8 mil. Confira dicas para se adaptar às mudanças.
Mudanças da Caixa Econômica Federal na semana passada deixaram muitas pessoas se perguntando como fazer financiamento imobiliário.
A Inteligência Financeiraantecipou semana passada que o banco federal diminuirá o teto de financiamento pelo SBPE, que usa recursos da caderneta de poupança.
Na prática, quem planeja comprar imóvel com valor de R$ 350 mil a R$ 1,5 milhão precisará pagar mais à vista para conseguir o empréstimo.
A mudança atinge, portanto, famílias com renda mensal acima de R$ 8 mil e até R$ 16 mil, em média.
Dicas do que fazer após mudanças da Caixa
Segundo profissionais do financiamento imobiliário, as mudanças provocaram uma corrida à Caixa, com pessoas tentando garantir um empréstimo pelos parâmetros anteriores.
No entanto, especialistas recomendam que os candidatos à compra de imóvel considerem alternativas antes de tomar uma decisão e se arrependerem depois.
Segundo a consultora imobiliária Daniele Akamines, uma delas é avaliar o possível enquadramento no sistema pró-cotista, que usa financiamento com recursos do FGTS e juros menores.
Para ter acesso a essa linha, o tomador do empréstimo precisa:
Contribuir para o FGTS há pelo menos 36 meses;
Não ter imóvel em seu nome;
Abrir mão da portabilidade, ou seja, da possibilidade de transferir o financiamento para outro banco.
Um outro caminho possível é buscar o crédito em outros bancos que continuem aceitando financiar até 80% do valor do imóvel.
São os casos de Itaú Unibanco (ITUB4), Bradesco (BBDC4) e Santander Brasil (SANB11), disse ela.
Neste caso, porém, o tomador deve ter renda maior, já que os juros são mais altos do que na Caixa, o que resulta em prestações também superiores (confira simulação abaixo).
Funcionários públicos, por outro lado, costumam ter condições privilegiadas de financiamento no Banco do Brasil (BBAS3), disse Daniele.
Por fim, o tomador ainda pode conseguir o crédito na Caixa Econômica pelos parâmetros anteriores se a construção do imóvel desejado for financiado pelo banco federal.
Simulação da casa própria
De acordo com Daniele, na compra de um imóvel de R$ 500 mil pelo SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo) na Caixa no parâmetro anterior, o tomador pagaria R$ 100 mil à vista, contratando um financiamento imobiliário dos outros R$ 400 mil para um período de 360 meses.
Neste caso, a renda mínima mensal do tomador teria de ser de R$ 14.780.
Com as novas métricas, tomando como o base o mesmo valor do imóvel e o financiamento de 80% do montante e prazos num banco privado, a renda precisa ser de ao menos R$ 15.638,77.
Isso usando o sistema SAC, no qual o valor das prestações é cadente ao longo do tempo.
No sistema Price, disponível no BB, o mesmo financiamento de R$ 400 mil em 30 anos exige renda mínima de R$ 13.348.
Há, por fim, alguns bancos que oferecem financiamento em até 35 anos (420 meses).
“Mas não vale a pena, porque a diferença da prestação é muito pequena”, disse ela.
O que mudou no financiamento da Caixa Econômica
A Caixa Econômica avisou na semana passada que vai reduzir o valor financiável da casa própria.
No caso da tabela SAC, aquela em que os valores das prestações são cadentes, o teto de financiamento pela Caixa cairá de 80% para 70%.
Já nos financiamentos pela tabela Price (em que as prestações têm valor constante), a Caixa reduziu o teto de financiamento de 70% para 50% do valor do imóvel.
As mudanças não atingem o financiamento por meio do programa Minha Casa, Minha Vida. Mas neste caso, o solicitante deve ter renda familiar mensal de até R$ 8 mil.