Com manutenção da Selic, poupança deve ficar defasada por um bom tempo

Rendimento da caderneta está muito abaixo dos 13,75% ao ano da taxa básica de juros brasileira

Resultados positivos têm sido observados desde setembro do ano passado - Foto: Andre Taissin/Unsplash)
Resultados positivos têm sido observados desde setembro do ano passado - Foto: Andre Taissin/Unsplash)

A manutenção da taxa básica de juros brasileira Selic em 13,75% ao ano, como anunciado no começo da noite desta quarta-feira (21) pelo Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central), significa que a tradicional caderneta de poupança continua defasada em relação às aplicações em renda fixa.

A rentabilidade da poupança tem como referência os juros básicos. Quando a Selic está abaixo de 8,5% ao ano, a poupança rende, ao mês, 70% da Selic mais a TR (taxa referencial), que está atualmente em 0,24%. No entanto, quando a Selic sobe acima de 8,5% ao ano, a poupança rende 0,5% mais a TR. Ou seja, a partir do nível de 8,5% ao ano da Selic, a poupança para de acompanhar a taxa básica. Enquanto isso, títulos do Tesouro Direto atrelados à taxa de juros, tidos como uma aplicação segura, rendem 13,75% ao ano.

Ações que podem subir até 40% em um ano: inscreva-se para conferir empresas onde analistas enxergam oportunidade de alta na Bolsa brasileira.

Com a inscrição você concorda com os Termos de Uso e Política de Privacidade e passa a receber nossas newsletters gratuitamente

Essa desvantagem tende a se manter no médio prazo. No comunicado justificando a decisão de segurar a Selic, o Copom deixou bem claro que não vai medir esforços para segurar a inflação. O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor) nos 12 meses até agosto está acumulado em 8,73% – a meta para este ano é de 3,5%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais e para menos.

“O comitê se manterá vigilante, avaliando se a estratégia de manutenção da taxa básica de juros por período suficientemente prolongado será capaz de assegurar a convergência da inflação, e reforça que irá perseverar até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas”, disse a autoridade monetária no comunicado. “Os passos futuros poderão ser ajustados, e o comitê não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não transcorra como esperado.”

Por ora, a maioria do mercado aposta que a Selic só vai começar a cair no segundo semestre do ano que vem. E o Copom ainda está avisando que pode até voltar a elevar a taxa se a inflação tiver algum repique.

Últimas em Economia

A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.

Mais em Poupança


Últimas notícias

VER MAIS NOTÍCIAS