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Como Campos Neto explica a surpresa com o crescimento da economia brasileira
O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou que é necessário entender qual é a sustentabilidade do crescimento atual no Brasil. Campos Neto palestrou em evento promovido pelo Santander nessa quarta-feira.
Ele afirmou que é “óbvio” que se o crescimento não é sustentado, ele é inflacionário. E que no Brasil “o que a gente tenta entender é qualitativamente de onde vem o crescimento”.
Então, o presidente do BC disse que há uma percepção de que parte da surpresa positiva tem origem nos impulsos fiscais feitos pelo governo. Esses que não foram precificados corretamente por economistas.
Campos Neto citou uma tese de que, com a diminuição destes gastos fiscais, como já houve pagamento de R$ 60 bilhões em precatórios, deve haver uma desaceleração na economia.
Para o presidente do BC, é difícil explicar o crescimento da economia olhando apenas esse fator. Ele cita, por exemplo, uma melhoria na flexibilidade do mercado de trabalho, com diminuição de custo e tempo nas admissões e desligamentos.
Além disso, também mencionou uma maior flexibilidade para iniciação e fechamento de empresas.
“Tem alguma coisa estrutural acontecendo, acho que isso tem favorecido. Acho que tiveram diversas reformas no passado que de forma cumulativa tiveram influência nesse crescimento melhor.”
Tratando do tema globalmente, Campos Neto lembrou que os programas de enfrentamento à pandemia de covid-19 foram muito eficientes, mas “muito custosos”.
Para o presidente do BC, a coordenação na entrada entre monetário e fiscal foi muito boa, mas a saída “não está sendo tão boa, os governos têm dificuldade de sair dos programas de transferência, de sair dos programas de gasto”.
BC chegou perto de fazer intervenção no câmbio
O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, destacou também que a autoridade monetária chegou muito perto de fazer intervenção no câmbio em alguns momentos e que vai atuar “se preciso.”
“Câmbio ser flutuante não significa que você não vai fazer intervenção, significa que vai atuar quando tem algum problema funcional no câmbio”, disse durante conferência anual do Santander, em São Paulo.
Segundo ele, a intervenção ideal é aquela que “nem distorce a ponto de transbordar para outro mercado e nem ignora movimento que pode ser atípico e gere disfuncionalidade naquele mercado específico”.
Com informações do Valor Econômico
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