O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, alertou Vladimir Putin, da Rússia, neste sábado (12), que invadir a Ucrânia resultaria em custos “rápidos e severos” para a Rússia, diminuiria a posição de seu país, e causaria “sofrimento humano generalizado”, enquanto autoridades ocidentais fazem um esforço diplomático para dissuadir Putin de avançar com um ataque à Ucrânia.
Ainda não está claro se Putin invadiria, de acordo com altos funcionários do governo ouvidos pelo The New York Times. Segundo o jornal norte-americano, um alto funcionário de segurança nacional disse, logo após a ligação, que “não houve nenhuma mudança fundamental na dinâmica que se desenrola há semanas”, que resultou no cerco à Ucrânia.
Após a ligação, um alto funcionário do governo disse, ao The New York Times, que a situação continua tão urgente quanto na sexta-feira (11), quando Jake Sullivan, conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, alertou os americanos para que deixassem o país do leste europeu nos próximos dias.
Os dois líderes falaram poucas horas depois que o Departamento de Estado dos EUA ordenou que todos, exceto uma “equipe principal” de seus diplomatas e funcionários, deixassem a embaixada americana em Kiev, por temores de que Moscou em breve montasse um grande ataque.
Chanceleres russo e americano trocam acusações
Mais cedo, no sábado, os chefes da diplomacia russa, Sergei Lavrov, e americana, Antony Blinken, trocaram acusações por telefone, antes da conversa entre os presidentes Biden e Putin. Na conversa de Lavrov e Blinken, segundo a nota divulgada pela Chancelaria em Moscou, o ministro russo acusou Washington de fazer uma “campanha de propaganda” em torno de uma possível invasão russa à Ucrânia.
Lavrov afirmou que os EUA e seus aliados têm como objetivo provocar e encorajar as autoridades de Kiev no conflito na região de Donbass, no Leste da Ucrânia, onde o exército ucraniano enfrenta há oito anos separatistas pró-Moscou.
Lavrov também disse que Washington e Bruxelas ignoraram as principais demandas de segurança apresentadas em dezembro pela Rússia, relativas à expansão da Otan, a aliança militar ocidental, para perto de suas fronteiras.
Já segundo o Departamento de Estado americano, Blinken disse a Lavrov que uma invasão “resultaria em uma resposta transatlântica determinada, maciça e unida”. O chefe da diplomacia americana afirmou ainda que os canais diplomáticos permanecem “abertos” para evitar um conflito, mas que para isso será preciso que Moscou reduza sua presença militar nas fronteiras da Ucrânia.
Com agências