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Invasão em Brasília diminui otimismo do investidor estrangeiro, diz Julius Baer
Os atos golpistas em Brasília que marcaram a tarde de domingo mostram sinais de que a transição de poder se mantém conturbada mesmo meses após a vitória de Lula. O estrategista de liquidez do family office Julius Baer, Nenad Dinic, diz em relatório que não descarta o impacto de mais protestos violentos no curto prazo no mercado brasileiro, enquanto o foco do investidor estrangeiro continua nos problemas macroeconômicos do país.
O fluxo de capital de liquidez mostra que o estrangeiro permanece mais otimista que o investidor local. Mas o analista da Baer espera que o investidor de fora “reduza o otimismo, de certa forma”.
No domingo, centenas de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) invadiram e depredaram as sedes do Congresso Nacional, da Presidência da República e do STF (Supremo Tribunal Federal). As forças de segurança foram obrigadas pelo ministro Alexandre de Moraes a desmantelarem todos os acampamentos golpistas em frente aos quartéis-generais do Exército, após uma decisão do ministro.
Moraes também determinou o afastamento do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB). Ontem, depois que a polícia conseguiu desocupar a sede dos Três Poderes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu com a presidente do STF, a ministra Rosa Weber.
Investidor estrangeiro permanece otimista…
Em nota, Dinic destacou a instabilidade política que ocorre desde que Lula ganhou as eleições. O analista diz que “nos últimos meses desde o resultado das eleições presidenciais no final de outubro, sinais emergiram de que a nova transição de governo não seria pacífica”. Ele relembra o bloqueio de rodovias federais por apoiadores do ex-presidente, assim como a tentativa fracassada de plantar uma bomba no Aeroporto de Brasília.
“O fluxo de liquidez mostra que investidores estrangeiros permanecem mais otimistas quanto ao mercado brasileiro do que investidores locais, enquanto estrangeiros aumentam sua liquidez e os locais permanecem vendendo mais do que comprando, para diminuírem os riscos”, afirma o analista da Baer.
…mas isso pode diminuir
“Dada a cobertura internacional da imprensa sobre a agitação, esperamos que investidore reduzam seu otimismo”, acrescenta. Enquanto a Baer não descarta mais movimentos violentos por parte dos terroristas, o olhar do investidor deve se voltar à criação da reforma tributária no Brasil, pautada para ocorrer nos próximos meses como uma prioridade do governo Lula.
“Esperamos mais sinais de que o governo vai suceder ao aliar-se a preocupações do mercado no âmbito fiscal, o que pode impulsionar a liquidez do Brasil em ativos com valuations e dividendos atrativos, boa perspectiva de balanços fiscais em face da reabertura chinesa e pico na valorização do dólar”, finaliza Dinic.
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