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Ação do Nubank cai quase 9%, mesmo após BTG ter elevado recomendação para ‘neutra’
Empresas citadas na reportagem:
As ações do Nubank operam em queda forte nesta sexta-feira, em um dia de voltalidade nas bolsas americanas. Nesta semana, os balanços de algumas das maiores companhias do setor de varejo dos Estados Unidos reforçaram os temores de que a maior taxa de inflação em quatro décadas esteja alcançando os consumidores e encaminhando a economia a uma recessão.
Por volta das 13h, os papéis do Nubank recuavam 8,43%, a US$ 3,96. Na semana, eles perdem 17,64%. Ainda assim, estão acima da mínima histórica de fechamento, de US$ 3,69, registrada no dia 11.
A queda do Nubank ocorre mesmo após o BTG ter elevado sua recomendação para o papel de “venda” para “neutra”, mas reduziu o preço-alvo de US$ 6 para US$ 4. Os analistas, liderados por Eduardo Rosman, dizem que os números do primeiro trimestre foram positivos e que, após as quedas recentes, o papel não é mais uma venda “no-brainer”, ou seja, que não precisa nem pensar muito para chegar à conclusão de vender.
Eles ressaltaram que acreditam que o Nubank está muito bem posicionado para possivelmente se tornar a fintech líder da América Latina nos próximos cinco a dez anos. Mas que seu preço parecia muito “errado”, particularmente em um ambiente com sinais crescentes de deterioração da qualidade de ativos. E, como eles acreditam que o Nubank se parece muito mais com um banco do que com uma empresa de software, haviam rebaixado a recomendação para “venda” em 10 de fevereiro.
Desde então, porém, o papel caiu 58% e o Nubank agora tem um valor de mercado de US$ 19,9 bilhões, abaixo de Itaú, Bradesco, Santander e Banco do Brasil. “Eles criaram uma marca incrível, enquanto o custo de aquisição de clientes e o custo de servir estraturalmente mais baixos são uma vantagem competitiva fundamental. Como resultado, o Nubank ainda pode ser rentável apesar de um tíquete muito baixo. Ele também tem uma inadimplência melhor do que seus pares, sugerindo que consegue selecionar os melhores clientes”, diz o BTG.
Os analistas apontam que a receita por cliente é muito menor do que nos bancos tradicionais e deve recuperar o atraso à medida que sua base de clientes amadurece e que o Nubank adiciona novos produtos e geografias. “Sua enorme base de clientes, crescimento da receita e uma melhor eficiência pode fazer com que o ROE suba. Mas os próximos 12 meses podem ser desafiadores”, diz o relatório.
Eles admitem que muitos investidores locais e especialistas do setor acreditam que o Nubank está assumindo riscos demais ao crescer em ritmo tão rápido no crédito ao consumidor (não garantido), principalmente no segmento de baixa renda.
E que muitos acreditam que a inadimplência pode disparar. Entretanto, o BTG diz que, diferentemente de outros bancos que aumentaram sua base de clientes e testaram o crédito ao longo do tempo, o Nubank conseguiu uma base enorme praticamente apenas oferecendo cartões de crédito.
“Então, por ter uma piscina muito grande para pescar, com bons dados, e ser capaz de operar com empréstimos de pequenos tíquetes para vários clientes, o Nubank pode de fato ser algo que nunca vimos antes”.
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