Mercado hoje: Ibovespa fecha em alta e atinge os 110 mil pontos com dados do exterior no radar; dólar sobe
No exterior, as atenções estão voltadas para o desenrolar do teto da dívida dos EUA
Após recuar no início do dia, o Ibovespa fechou a sessão desta quinta-feira (18) em alta, na medida em que investidores seguem se reposicionando em papéis sensíveis à taxa de juros após melhora no ambiente de negócios interno. Avanços na negociação para elevar o teto da dívida pública dos Estados Unidos também beneficiaram as bolsas americanas e deram sustentação ao referencial local, que voltou a ter performance positiva no ano (+0,34%). No fim do dia, o Ibovespa subiu 0,59%, aos 110.108 pontos, retomando o patamar dos 110 mil pontos pela primeira vez desde 3 de fevereiro. O dólar subiu 0,68%, cotado a R$ 4,9674.
O movimento de hoje se deu em meio à atenção dos investidores com as negociações do teto da dívida nos Estados Unidos, enquanto no cenário doméstico o foco segue sendo o desenrolar para a aprovação do novo marco fiscal.
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Leandro Petrokas, diretor de research da Quantzed, afirmou que sendo resolvido esse problema, com o governo americano aumentando a dívida para não parar a máquina, acredita-se que poderemos ver um fortalecimento maior do dólar.
O dia também foi marcado pela divulgação de dados de emprego no Brasil e nos EUA. Investidores ainda monitoraram as falas de autoridades do Fed (o banco central dos EUA) e ficaram de olho nos desdobramentos do arcabouço fiscal.
O dólar acompanhou o movimento externo de força da moeda americana diante das principais divisas rivais, seja de mercado emergente ou de mercado desenvolvido. Diante disso, o DXY – dollar index – da Bloomberg, avançava 0,46%.
Votação do teto de gastos
O sentimento por risco melhorou nos mercados dos EUA e da Europa após o presidente da Câmara americana, Kevin McCarthy, afirmar que uma pauta que eleve o teto da dívida do país pode ser votada no Congresso já na semana que vem.
“Com base nisso, cresce a confiança de que o melodrama que está acontecendo em Washington é apenas uma peça de teatro político e que um acordo acontecerá eventualmente, como aconteceu em tantas ocasiões anteriores”, diz o analista Michael Hewson, da CMC Markets.
Desemprego
Dezesseis das 27 unidades da federação tiveram alta na taxa de desemprego no primeiro trimestre, em comparação com o quarto trimestre de 2022, mostram dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) Contínua, divulgados nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A taxa de desemprego nacional no primeiro trimestre foi de 8,8%, ante 7,9% do quarto trimestre do ano passado, como já divulgado pelo IBGE. Hoje, o instituto detalha o resultado por unidades da federação.
Lula no G7
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva terá uma intensa agenda de encontros bilaterais no Japão, onde participará como convidado na reunião do G7 (grupo formado por Estados Unidos, Japão, Itália, Alemanha, Canadá, França e Reino Unido).
A previsão é que Lula terá pelo menos seis encontros bilaterais com chefes de Estado e dirigentes de organismos internacionais. Além de Macron e Scholz, o presidente brasileiro se reunirá com o primeiro-Ministro da Austrália, Anthony Albanese; o presidente da Indonésia, Joko Widodo; o primeiro-Ministro do Vietnã, Pham Minh Chinh; o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres.
Pedidos de seguro-desemprego nos EUA
Os pedidos de seguro-desemprego nos EUA reduziram 22 mil na semana passada (encerrada no dia 12) em relação à anterior, a 242 mil, de acordo com dados divulgados pelo Departamento do Trabalho.
O resultado veio abaixo do esperado por analistas consultados pelo “The Wall Street Journal”, de 250 mil. É importante lembrar que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) tem monitorado o dado de perto para os próximos passos na política monetária.
O ciclo de aperto promovido pela autoridade americana tem como objetivo enfraquecer a economia para controlar a inflação e atingir a meta de 2% ao ano. No entanto, os dados divulgados hoje vão na contramão do esperado.
Commodities
Os contratos futuros do petróleo apresentam recuo na manhã desta quinta-feira, enquanto investidores aguardam mais informações sobre as negociações em torno do aumento do teto da dívida pública dos Estados Unidos.
O contrato futuro do petróleo Brent — referência mundial — para o mês de julho recuava 1,21%, negociado a US$ 76,01 o barril.
Ao mesmo tempo, a referência americana do West Texas Intermediate (WTI) para junho tinha queda de 1,20%, negociado a US$ 71,95 o barril.
Mercado Europa
As bolsas europeias encerraram o pregão desta quinta com ganhos, apoiados pela percepção de investidores de que autoridades políticas dos EUA estão se aproximando de fechar um acordo para elevar o teto da dívida americana e evitar um inédito default no país.
O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em alta de 0,39%, a 465,79 pontos. Em Frankfurt, o índice DAX subiu 1,33%, a 16.163,36 pontos, e liderou os ganhos no mercado acionário europeu hoje.
Já em Londres, o FTSE 100 avançou 0,25%, a 7.742,30 pontos, e o parisiense CAC 40 valorizou 0,64%, a 7.446,89 pontos.
Empresas
O lucro por ação das empresas que compõem o Ibovespa recuou 32% no primeiro trimestre, a maior retração porcentual desde o auge da pandemia no segundo trimestre de 2020, com as companhias sendo pressionadas pelos juros altos e a desaceleração da economia, diz o Bank of America (BofA).
As maiores quedas no lucro por ação aconteceram nas empresas dos setores de construção, com recuo de 59%, materiais básicos, 50%, e serviços públicos (“utilities”), 40%. Do lado contrário, o lucro por ação de empresas de educação subiu 101%, tecnologia, 71%, e seguros, 48%.
O banco nota que das 83 empresas que compõem o Ibovespa, 35 apresentaram resultados abaixo das estimativas, enquanto 28 superaram projeções e 20 ficaram dentro do esperado.