Mercado hoje: Ibovespa fecha em alta diante do menor temor com crise bancária; dólar fecha em queda de 1%

Peste suína na China empurra ações de frigoríficos na B3

O Ibovespa fechou em alta de 0,74% (pós ajuste), aos 103.434 pontos, após trocar de sinal algumas vezes no pregão, após o mercado olhar para a crise no setor financeiro com menor temor, já que bancos centrais garantiram liquidez ao sistema, além das novas taxas de juros na Europa e da peste suína na China, que impulsionou os exportadores de carne.

Também instável na sessão, o dólar firmou no campo negativo no início da tarde e fechou em queda de 1,02% ante o real, negociado a R$ 5,2392.

Mais cedo, o Banco Central Europeu confirmou alta de 0,5 ponto percentual na taxa de juros para 3% ao ano. Parte do mercado esperava que a crise envolvendo o Credit Suisse fizesse o BCE mudar de ideia e pausar o aumento dos juros.

Sobre a crise bancária, o BCE disse que “está totalmente equipado para fornecer apoio de liquidez ao sistema financeiro da área do euro, se necessário”.

O mercado segue de olho no banco suíço e repercute a notícia de que a empresa vai recorrer ao banco central da Suíça para uma injeção de até 50 bilhões de francos suíços, ou cerca de US$ 53,7 bilhões.

Os investidores também acompanham os desdobramentos da crise do setor financeiro nos Estados Unidos, desencadeada pela falência do Silicon Valley Bank.

Setor de proteína animal

As ações de frigoríficos puxam as altas do Ibovespa no pregão de hoje. Marfrig ON (+6,1%), JBS ON (+6,1%), BRF ON (+2,7%) e Minerva ON (+3,5%) têm forte alta após novos casos de peste suína na China. A produção de carne de porco foi fortemente impactada pela doença entre 2019 e 2020.

Brasil

No cenário local, destaque para a novela do novo arcabouço fiscal. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse ontem que o projeto será apresentado somente na semana que vem, antes de sua viagem para a China. O mandatário disse também que ainda não viu os detalhes do projeto, mas que vai se reunir com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Na agenda de indicadores, a FGV divulgou mais cedo que o Índice Geral de Preços -10 (IGP-10) subiu 0,05% em março. Em fevereiro, a inflação medida pelo índice subiu 0,02%. Com esse resultado, o índice acumula alta de 0,12% no ano e de 1,12% em 12 meses. Em março de 2022, o índice subira 1,18% no mês e acumulava elevação de 14,63% em 12 meses.

Commodities

O petróleo tipo Brent – utilizado como referência pela Petrobras – fechou em alta de 1,37%, a US$ 74,70 o barril, recuperando um pouco das fortes quedas dos últimos dias.

Após cinco sessões de alta, os preços do minério de ferro caíram nos mercados à vista e futuro, repercutindo também a notícia de que a China deve cortar a produção de aço em 2023.

O minério com teor de 62% de ferro recuou 2%, para US$ 130,45 por tonelada no norte da China, segundo o índice Platts. Agora, a principal matéria-prima do aço exibe ganho acumulado de 5,1% em março e de 11,2% em 2023.

Juros futuros

Após uma semana de volatilidade intensa nas curvas globais de juros, os sinais de menor preocupação com a solvência do Credit Suisse recolocam os rendimentos dos títulos públicos curtos em trajetória de alta, depois de uma queda histórica observada nos últimos dias.

No mercado local, a dinâmica é semelhante, à medida que os vencimentos mais curtos avançam de modo mais intenso que os longos.

Perto das 13h25, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 subia de 12,965% do ajuste de ontem para 13,06%; a do DI para janeiro de 2025 saltava de 12,07% para 12,205%; a do DI para janeiro de 2026 subia de 12,24% para 12,335%; e a do DI para janeiro de 2027 passava de 12,525% para 12,585%.