Mercado hoje: Ibovespa fecha em queda e cai 3,5% na semana; dólar sobe

Inflação dos Estados Unidos preocupa investidores

O Ibovespa fechou em queda nesta sexta-feira (14), acompanhando o mercado norte-americano. O índice caiu 1,95%, para 112.072 pontos. Com o resultado de hoje, o Ibovespa termina a segunda semana de outubro com queda de 3,56%.

Já o dólar subiu 0,97% ante o real, negociado a R$ 5,3234. Na semana, a divisa avançou 2,10% contra a moeda brasileira.

Os índices pioraram depois que a Universidade de Michigan divulgou que as expectativas de inflação de cinco anos nos EUA subiram de 2,7% em setembro para 2,9% na leitura preliminar de outubro. “Esse movimento na direção errada, com alta das expectativas neste começo de mês, vai chamar a atenção do Fed”, afirma Rubeela Farooqi, economista-chefe da consultoria High Frequency Economics (HFE).

Investidores também ficaram de olho no Reino Unido, onde a primeira-ministra Liz Truss anunciou que vai abandonar um projeto que previa o congelamento do aumento dos impostos corporativos do país nesta sexta-feira. A proposta foi apresentada inicialmente no pacote econômico elaborado pelo então ministro das Finanças Kwasi Kwarteng, demitido nesta sexta-feira. Hoje, o governo britânico anunciou Jeremy Hunt como ministro das Finanças.

As vendas no varejo dos Estados Unidos se mantiveram estáveis em setembro, em meio ao aumento ainda bastante consistente dos preços no país. Segundo dados divulgados pelo Departamento de Comércio americano, as vendas do setor varejista não sofreram alteração, mantendo-se em US$ 684 bilhões.

O desempenho das vendas veio abaixo do projetado por economistas consultados pelo “The Wall Street Journal”, de alta de 0,3%.

No Brasil, o volume de serviços prestados no Brasil subiu 0,7% em agosto na comparação com julho. Com o resultado, o setor opera 10,1% acima do nível pré-pandemia, em fevereiro de 2020, e fica apenas 0,9% abaixo do maior patamar da série histórica, alcançado em novembro de 2014.

Discurso de Campos Neto

Em apresentação feita para investidores em Washington, nos Estados Unidos, o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, destacou que “é preciso ter cautela com a inflação”, ao se referir à conjuntura global, e que “garantir a credibilidade dos arcabouços fiscais é crucial”.

Ao ressaltar o que pode ser feito em relação à escalada de preços em diversos países, o presidente do BC escreveu em inglês no documento que “os arcabouços fiscais devem ter limites” e que “reformas estruturantes precisam aumentar a produtividade”. Ele ressaltou que é preciso fortalecer o lado da oferta.

Campos destacou ainda que a pressão inflacionária será mais persistente e que a trajetória de redução da inflação não é linear.

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