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Juros futuros podem refletir queda do petróleo em dia de dólar forte no exterior
Os juros futuros podem refletir no pregão desta quinta-feira, o último do volátil primeiro trimestre de 2022, a forte queda dos preços do petróleo, em resposta aos relatos de que o presidente Joe Biden pode anunciar, já nesta quinta-feira, a liberação do uso das reservas dos Estados Unidos. Segundo o “The Wall Street Journal”, Biden deve liberar até 1 milhão de barris por dia da reserva estratégica de petróleo americana.
A perspectiva de uma ampliação da oferta em um contexto de oferta bastante apertada da commodity energética derrubava as cotações do petróleo pela manhã. Às 8h32, o contrato para junho do Brent, referência global de cotação, tinha forte queda de 5,3%, para US$ 105,55 por barril, na ICE, em Londres. Os rendimentos sobre os bonds também recuavam, com a amenização, na margem, da percepção de pressões inflacionárias derivadas dos preços de energia — o yield do Treasury de dez anos caía de 2,35% para 2,32%.
Os agentes do mercado também devem ficar atentos à reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (Opep+), em meio à pressão do G-7 sobre líderes dos produtores da commodity para um aumento da produção.
Enquanto as taxas de mercado podem cair reagindo às menores cotações do petróleo, o dólar se aprecia no exterior, que opera com viés do neutro para o negativo. No horário acima, o índice DXY, que mede o desempenho do dólar contra seis rivais fortes, subia 0,4%, para 98,15 pontos. O dólar tinha ganhos leves contra divisas emergentes, avançando 0,2% ante o rand sul-africano e 0,1% contra peso mexicano e lira turca. Ontem, a moeda americana teve desempenho volátil no mercado local e fechou em alta moderada com o exterior negativo, aproximando-se dos R$ 4,80.
Na agenda do dia, o índice de preços para despesas com consumo pessoal (PCE) de fevereiro é o principal destaque. O indicador, preferido pelo Federal Reserve (Fed) no acompanhamento da inflação, pode ajustar as apostas dos participantes de mercado para a trajetória da política monetária, no momento em que as apostas majoritárias são de duas elevações de 0,5 ponto percentual consecutivas pelo Fed nas próximas reuniões. O PCE será exposto às 9h30.
Domesticamente, o mercado pode repercutir a possibilidade de reajuste de 5% a ser concedido pelo governo federal aos servidores públicos, que pode impactar a percepção de risco fiscal dos investidores. A medida seria válida a partir de julho e custaria ao menos R$ 5 bilhões. O problema é que o reajuste não caberia no teto de gastos, que possui, no momento, margem disponível de R$ 1,7 bilhão para reajustes.
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