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Dólar e juros futuros sobem refletindo cenário internacional menos positivo
O último pregão do mês de maio é marcado por uma postura um pouco mais cautelosa dos agentes financeiros globais, em meio às surpresas inflacionárias negativas na zona do euro e do embargo europeu ao petróleo russo, o que, além de desafios adicionais ao crescimento do bloco, pode manter os preços da commodity mais elevados por mais tempo.
Assim, o movimento nas curvas de juros globais é ascendente e acaba sendo refletido no mercado de renda fixa local, que já teve um dia de pressão acentuada na véspera, mesmo sem catalisadores claros. O dólar, por sua vez, tem alta ante divisas principais e emergentes, dinâmica que o real repete.
Por volta das 10h15, o dólar comercial subia 0,27%, vendido a R$ 4,7658. O contrato do DI para janeiro de 2023 subia para 13,43% antes 13,415% da véspera, e o de janeiro de 2024 avançava para 13,045% ante 13% de segunda (30).
No mercado de renda fixa americano, o juro da T-note de 10 anos avançava a 2,810%, de 2,745% do encerramento anterior, enquanto o yield da T-bond de 30 anos saltava a 3,006%, de 2,970% do fechamento de sexta-feira. Na Europa, o bund alemão de 10 anos subia a 1,091%, de 1,057%; os títulos da Itália de mesmo vencimento saltavam a 3,078%, de 2,995%; e os da Espanha avançavam a 2,183%, de 2,127% do último fechamento.
As surpresas negativas com a inflação seguem ocorrendo ao redor do mundo. Hoje, a taxa anual da inflação ao consumidor na zona do euro alcançou novo recorde de alta, ao subir de 7,4% em abril para 8,1% em maio, de acordo com a primeira estimativa do dado divulgada pelo Eurostat, a agência de estatísticas da União Europeia (UE). Economistas consultados pelo “The Wall Street Journal” previam aceleração menor, a 7,6% neste mês.
Como um agravante ao cenário de inflação alta, o petróleo continua avançando nos mercados globais e a referência do Brent já se aproxima dos US$ 120 o barril. Ontem, os líderes da União Europeia (UE) concordaram em buscar um embargo parcial do petróleo russo, abrindo caminho para um sexto pacote de sanções para punir a Rússia e seu presidente, Vladimir Putin, pela invasão da Ucrânia.
Segundo o operador da Renascença DTVM, Luis Felipe Laudisio, o dia de ontem foi marcado pela baixa liquidez, e mesmo com o cenário global mais pró-risco, a curva de juros foi negociada de forma bastante negativa no Brasil, com os vértices mais longos encerrando o dia em alta de até 30 pontos-base, sem uma explicação plausível. “O principal catalisador foi a aceleração da inflação na Alemanha, que também movimentou a curva de juros para cima”, aponta.
Hoje, em meio à alta da inflação na Europa e dos preços do petróleo, “a curva deve iniciar o dia de certa forma mais pressionada”, afirma o profissional.
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