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Dólar comercial cai até R$ 4,71 e juros futuros abrem em forte queda
O dólar comercial abriu a terça-feira em queda, dando sequência à trajetória recente de desvalorização, ao passo que os juros futuros registravam recuos expressivos nos primeiros negócios, diante da proximidade do fim do ciclo de alta de juros pelo Banco Central e da forte redução dos preços do petróleo no mercado internacional.
Por volta de 9h50, a moeda americana caía 0,50%, cotada a R$ 4,7477 no mercado à vista. Na mínima, o dólar comercial caiu até R$ 4,71. A divisa americana se enfraquecia globalmente com a melhora na demanda por risco, caindo 0,92% contra o rand sul-africano e 0,72% ante o peso mexicano. Contra o rublo russo, o dólar cedia 12% no momento, refletindo as perspectivas de que o fim da guerra na Ucrânia possa estar mais perto.
Já no mercado de juros, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 caía de 12,74% no ajuste de ontem para 12,68%; a do DI para janeiro de 2024 diminuía de 12,03% para 11,915%; a do DI para janeiro de 2025 tinha queda de 11,41% para 11,21%; e a do DI para janeiro de 2027 se reduzia de 11,27% para 11,045%.
Os juros futuros continuam o viés de baixa que se estabeleceu desde a última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), com os agentes do mercado ajustando as apostas no tamanho do ciclo de aperto da taxa Selic. Os reiterados sinais de que o BC encerrará a alta de juros já em maio, com a taxa básica a 12,75%, têm levado o mercado a diminuir a precificação embutida na estrutura a termo das taxas de juros.
Nem mesmo o aumento dos rendimentos sobre os títulos do Tesouro americano (Treasuries), em meio ao risco de que o Federal Reserve (Fed) terá de agir de forma mais contundente na subida de juros, impede o ajuste em queda dos juros domésticos, também sustentada pelo forte recuo dos preços do petróleo no exterior. Rússia e Ucrânia avançaram nas negociações de paz e Moscou, inclusive, sinalizou com a redução da ofensiva contra Kiev.
No horário acima, o preço do barril do Brent, referência global da commodity, se reduzia 5,7%, a US$ 103,29 na ICE, em Londres.
No mercado de câmbio, o dólar comercial prossegue o viés de baixa devido aos altos preços de commodities e ao aumento do diferencial de juros com o exterior. A divisa americana pode renovar os menores níveis desde março de 2020 ao longo da sessão.
Na avaliação do Citi, os mercados de juros americanos e também de emergentes estão “muito sobrevendidos”, e, neste contexto, a queda do petróleo sugere uma “possível pausa no implacável ‘sell-off’”.
“Mas os preços dos alimentos continuam altos, os bancos centrais continuam agressivos e é improvável que os juros americanos atinjam o pico no início do ciclo”, dizem os analistas do banco. “No câmbio, os altos preços das commodities são favoráveis às divisas da América Latina, mas os temores com a covid-19 na China são um risco crescente”, alertam.
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