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Desvalorização do real em 2024 não faz sentido, diz ‘careca do Goldman’
A forte desvalorização do real nos últimos meses é exagerada e não reflete os fundamentos econômicos do país. A análise é de Robins Brooks, economista-chefe do Institute of International Finance (IIF), uma espécie de Febraban internacional. O executivo ficou conhecido no Brasil pelo apelido de ‘careca do Goldman’ enquanto era estrategista para mercados emergentes do banco de investimentos Goldman Sachs.
A divisa brasileira é a terceira moeda que mais perdeu valor no mundo em 2024, com desvalorização de 12,9% em relação ao dólar dos Estados Unidos.
Assim, o Brasil fica ao lado de Turquia e da Argentina no grupo de países cujas divisas mais perderam valor neste ano.
Ranking de variação de moedas em 2024
Nesta terça-feira, o dólar comercial saía a R$ 5,56 no mercado à vista.
“Não há absolutamente nada que possa justificar a presença do Brasil neste grupo”, afirmou Brooks em postagem no X (ex-Twitter) nesta terça-feira.
“O Brasil é um grande exportador de commodities, com grandes ventos favoráveis devido aos elevados preços das commodities”, argumentou o economista.
‘Careca do Goldman’, um otimista com o real
Brooks é conhecido por seu otimismo em relação ao real.
Segundo ele, a moeda deve se valorizar no longo prazo devido às expectativas de forte entrada de capital internacional no país pelo comércio exterior.
Isso porque o país tende a obter mais receitas nos próximos anos com exportações de petróleo do pré-sal e do agronegócio.
No ano passado, em outra postagem, Brooks causou polêmica ao afirmar que o Brasil se tornaria “a Suíça da América Latina”, por causa de enormes superávits na balança comercial.
As previsões do economista diferem do consenso do mercado.
De acordo com o último Boletim Focus, uma pesquisa do Banco Central com instituições financeiras, o dólar deve fechar 2024 valendo R$ 5,30.
Para o final de 2025, 2026 e 2027, a expectativa média do mercado é de que a moeda seja de R$ 5,23, R$ 5,23 e R$ 5,21, respectivamente.
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