Cristina Junqueira, do Nubank: “Nossos concorrentes continuam sendo os grandes bancos”
Executiva disse que "vendeu uma 'merrequinha' de ações do Nubank"
O Tag Summit 2023, realizado em São Paulo, chegou ao fim nesta quarta-feira (9) com um dos painéis mais aguardados pelos participantes: “Empreendendo Sucesso: Uma Conversa com Cristina Junqueira, cofundadora do Nubank“. Diretamente de Stanford, nos EUA, Cristina falou sobre sua carreira e os 10 anos da instituição financeira da qual também ocupa a posição de diretora de crescimento (CGO).
“Nossos concorrentes continuam sendo os grandes bancos”, destacou ela, ao ser questionada sobre o grande número de empresas financeiras criadas na última década. De acordo com a executiva, o mercado hoje está muito diferente, o que “torna o ecossistema mais dinâmico e competitivo”. “Vemos isso com muito bons olhos”, comenta a cofundadora do Nubank.
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Em conversa com Thiago de Castro, fundador e CEO da TAG Investimentos, ela salientou que o banco continuará com foco nas necessidades do cliente, o que, de acordo com a executiva, “continua sendo a coisa mais importante”. “A gente quer que os clientes nos amem fanaticamente. É o que falamos internamente. Temos fãs e não é por acaso. Quando lançamos um produto novo, o cliente está pedindo há muito tempo”, conta Cristina.
Carteira de investimentos de Cristina Junqueira
A CGO do Nubank comentou também, durante o painel, sobre os seus principais investimentos. “O meu maior ativo sou eu, a minha carreira”, diz ela, que contou ter vendido hoje uma ‘merrequinha’ de ações do Nubank. Além de possuir ações do banco, Cristina disse ter aplicações em renda fixa e destaca, como investimento, a casa em que mora e também um imóvel no interior. “Meu tempo é investido em ser a melhor profissional”, pontua ela, que também citou a família como sua prioridade, ao lado do Nubank.
Durante o evento, Cristina não falou sobre os números do banco digital, afinal, no próximo dia 15, a instituição revelará os resultados do segundo trimestre de 2023. Vale lembrar que, antes de um IPO ou da divulgação de resultados trimestrais, é comum que empresas listadas na bolsa entrem em período de silêncio.
BDR do Nubank
Neste momento, o banco passa por uma reestruturação em seu programa de BDRs.
O Nubank tem suas ações listadas na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE) e negocia BDRs na B3 (NUBR33). Um BDR do Nubank equivale a um sexto de uma ação da fintech listada em Nova York.
A instituição financeira vai transformar os BDRs de Nível III para Nível I Não Patrocinado.
O de nível III é emitido por empresas estrangeiras que possuem registro de companhia aberta no Brasil na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Já o de Nível I Não Patrocinado é lançado por empresas estrangeiras sem a necessidade desse registro.
Ou seja, a companhia encontra-se listada em uma bolsa no exterior, mas seus papéis podem ser negociados por aqui também.
Sendo assim, os clientes da instituição têm até a próxima sexta-feira (11) para definir o que preferem fazer com seus BDRs. Caso você tenha algum desses aticos, você tem três opções:
- trocar os BDRs por ações na bolsa americana, desde que você tenha pelo menos seis BDRs (uma ação na bolsa americana equivale a seis BDRs);
- converter seus BDRs Nível III por BDRs Nível I Não Patrocinados;
- receber o valor equivalente pela venda dos seus BDRs.
Na última terça-feira (8), os papéis do Nubank na NYSE fecharam o dia a US$ 7,99, alta de 1,91%. Por outro lado, os BDRs terminaram o pregão em valorização de 1,89%, negociados a R$ 6,46.
Os ativos, entretanto, tem cotação abaixo de US$ 9 e R$ 8,36, valor que tinham, respectivamente, no dia do IPO da empresa nos Estados Unidos, em dezembro de 2021.
Nubank (NUBR33): recomendação de compra
Em junho, o Itaú BBA elevou as estimativas de lucro do Nubank (NUBR33) e, por conseguinte, reforçou a recomendação de compra das ações do banco digital, negociadas em Nova York.
De acordo com o BBA, o Nubank passará de prejuízo no ano passado para lucro de cerca de US$ 830 milhões em 2023 e de US$ 1,9 bilhão no ano que vem. Nesse sentido, o banco citou fatores como a crescente captação de recursos de clientes a baixo custo e a venda cruzada de produtos lucrativos, como cartões de crédito e empréstimos consignados,
Assim, o banco de investimentos elevou seu valor justo da ação para US$ 9,50 cada em dezembro próximo, ante estimativa anterior de US$ 8,50.