Citi eleva preço-alvo de Magazine Luiza (MGLU3) para R$ 5 e recomendação de neutra para compra

Citi espera que 'crise de crédito' em grande competidor pode fazer com que volume de vendas total do Magazine Luiza cresça 20%

O Citi Bank elevou a sua recomendação para as ações da Magazine Luiza (MGLU3) de neutra para compra e também subiu o seu preço-alvo de R$ 4,80 para R$ 5, o que representa uma valorização potencial de 40% sobre o preço atual dos papéis.

O banco explica que o cenário competitivo se tornou mais suave para a varejista e que a tendência é que melhore ainda mais com o tempo. Sem citar nomes de forma explícita, o Citi afirma que a “crise de crédito de um dos seus maiores competidores” pode fazer com que as vendas totais on-line da Magazine Luiza cresçam até 20% à medida que a empresa conquista uma maior fatia do mercado.

Veja como crise na Americanas pode beneficiar o Magazine Luiza

O banco também explicou em relatório que o Magalu deve, após a crise da Americanas, aumentar o número de vendas terceiros (3P) no marketplace da plataforma — mais um motivo para recomendar a compra da ação, segundo o banco.

Quanto à crise da Americanas, um dos maiores players do varejo nacional que agora está em recuperação judicial, o Citi acredita que Magalu pode crescer em vendas online. Mas também destaca que obter mais participação de mercado “não é tão simples”. “Afinal, as margens do Magalu são baixas e o negócio depende de crédito e capital de giro”.

Em entrevista à Inteligência Financeira para o quadro Visão de Líder, Luíza Trajano, presidente do conselho de administração do Magalu, afirma que os Trajano (família controladora da varejista) não são pautados pelas alta e baixas dos papéis. “Eu não me pauto pelo mercado. Eu respeito o mercado”, disse a bilionária.

Citi recomenda compra de Magalu, mas papéis têm risco

Olhando especificamente para o futuro de médio prazo, o Citi possui estimativas mais conservadoras. Para 2023 e 2024, o banco projeta que as vendas totais on-line subam 1,2% e 2%, respectivamente, e que as vendas totais offline caiam 1% e 0,9% nesses dois anos.

Os consumidores também podem estar mais dispostos a gastar em itens discricionários, segundo o banco, uma vez que recentemente houve uma maior criação de empregos e o governo está mantendo o pagamento de auxílios financeiros.

Ainda que recomende a compra de MGLU3, o Citi acrescenta que a postura deve ser tomada com cautela por investidores devido ao “alto risco” de investimento no setor de varejo. A justificativa é de que a indústria é volátil, assim como o mercado consumidor.

O Citi ainda observa com atenção os juros elevados, que tendem a complicar a situação de varejistas no curto prazo ao mesmo tempo em que pioram as condições de crédito para pessoas físicas e jurídicas.