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Cenário econômico para o Copom ficou mais desafiador desde setembro, diz Bahia Asset
A desancoragem contínua das expectativas de inflação em relação à meta de 3%, um mercado de trabalho ainda aquecido e a incerteza externa derivada da eleição presidencial nos Estados Unidos formam um conjunto de fatores que torna o cenário atual mais desafiador para a política monetária em comparação com a conjuntura da última reunião do Copom em setembro. Essa é a avaliação do economista-chefe do Bahia Asset Management Luiz Felipe Maciel.
Assim, Maciel acredita que o Copom acelerará o ritmo do ciclo de aperto monetário a 0,5 ponto percentual na próxima quarta-feira. Dessa forma, com altas de igual magnitude levará a taxa Selic para 13% no ano que vem. Mantendo a taxa nesse nível ao menos até o fim de 2025.
Copom vai precisar falar duro
“(O BC) Vai ter que continuar a falar duro para tentar trazer as expectativas de inflação para a meta o mais forte que conseguir”, diz Maciel.
Dessa maneira, o economista espera que as projeções de inflação do Copom subam mais na semana que vem, mesmo com o relatório Focus contemplando uma Selic mais elevada.
Ele destaca a taxa de câmbio, que depreciou, e a força do mercado de trabalho, que pressiona os salários e tende a dar mais fôlego à inflação de serviços.
Estímulo fiscal relevante deve continuar e complicar Copom
Além disso, Maciel não enxerga uma diminuição do estímulo fiscal relevante em 2025, o que deve manter a economia aquecida e a inflação pressionada.
“Há estímulos em benefícios à população mais propensa a gastar. Tem uma injeção fiscal ainda em curso, estados e municípios também estão gastando”, diz. Se o governo entregar um ajuste fiscal relevante, no entanto, o BC poderia ter algum alívio.
“Seria um primeiro sinal concreto, desde que o governo assumiu, de que os gastos podem ser menores.”
De qualquer forma, na conjuntura econômica atual, o balanço de riscos da inflação aponta para juros ainda mais elevados do que a projeção de 13% do Bahia Asset, avalia Maciel.
“Com a taxa de desemprego indo a 6%, todo mundo vai ter que revisar as projeções de inflação”, avalia.
Com informações do Valor Econômico
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