PIBão ou PIBinho? Crescimento da economia do Brasil em 2023 será o destaque da semana
Agenda de indicadores ainda tem IPCA-15 de fevereiro e taxa de desemprego de janeiro; inflação preferida do Fed domina atenção lá fora
O calendário econômico de 26 de fevereiro a 1 de março de 2024 tem um check-up completo da nossa economia. Teremos pela frente dados do PIB, de inflação e de emprego no Brasil.
Enquanto isso, o protagonista lá fora será o PCE (índice de preços de gastos com consumo) de janeiro nos Estados Unidos.
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Ou, para dar uma dimensão da importância, o principal indicador de inflação observado pelo Fed (Federal Reserve, o banco central americano) na formulação de política monetária.
PIB vai surpreender?
De antemão, a economia brasileira deve ter terminado o último quarto de 2023 perto do zero a zero. A divergência dos agentes financeiros é se para o lado positivo ou negativo.
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“Estimamos que o indicador tenha recuado 0,1% na margem, com ajuste sazonal. Na comparação anual, nossa expectativa é de avanço de 2,0%”, diz o Itaú Unibanco em relatório.
Ademais, o banco aponta que o setor de serviços manteve o crescimento anual de 1,8%, enquanto a indústria deve ter registrado alta de 1,7% ano a ano.
Já o setor agropecuário deve seguir desacelerando, com expansão de 5,6% contra o mesmo trimestre de 2022.
“Se nossa estimativa para o PIB do 4T23 for confirmada, o PIB encerrará o ano com avanço de 2,9%, com agropecuária puxando boa parte da alta (+16,1%), seguida pelo setor de serviços (+2,4%) e indústria (+1,3%)”, destaca o Itaú.
Pelo lado positivo do mercado, o Banco Inter revisou na última semana a estimativa para a variação do PIB no 4º trimestre de estável para um crescimento de 0,2%.
Assim, com a melhora de perspectiva da instituição, a economia termina o 2023 com alta de 3,1% (ante 2,9%).
“A atividade voltou a surpreender de maneira positiva no último trimestre do ano puxada pela recuperação da indústria”, avalia o Inter em relatório.
“O consumo segue desacelerando, como observado pelos dados do varejo e serviços, mas ainda contribuíram de maneira positiva”, acrescenta o banco.
O resultado oficial será divulgado pelo IBGE na próxima sexta (1).
Inflação deve acelerar
Na sequência do calendário econômico, o IPCA-15 de fevereiro, previsto para terça (27), deve apontar um aperto mais intenso dos preços no bolso dos consumidores brasileiros no segundo mês do ano.
“(A prévia da inflação) deve apresentar alta de 0,83%. A leitura será pressionada pelos reajustes escolares e pelos impactos do incremento do ICMS sobre combustíveis”, indica o Bradesco em relatório.
“Atenção para as medidas subjacentes, que têm surpreendido para cima nas últimas divulgações, reforçando preocupações com itens mais inerciais da inflação”, anota o banco no texto.
Para efeito de comparação, o índice cheio ficou em 0,42% em janeiro.
Enquanto isso, tomando como base o mais recente Boletim Focus, a estimativa para o IPCA fechado de fevereiro está em 0,73%.
Por último na agenda de indicadores brasileiros, destacamos a taxa de desemprego (PNAD Contínua) de janeiro, que sairá na quinta (29).
Esse é um dado que tem mexido com a cabeça dos integrantes do Banco Central.
Isso porque o desemprego no Brasil tem recuado, a média de salários tem aumentado e não necessariamente tem pressionado a inflação.
A novela dos juros nos EUA
Finalmente, tratando da agenda de indicadores no exterior, o foco segue sendo a expectativa de corte dos juros nos Estados Unidos.
A semana marca também a virada de fevereiro para março, mês em que os integrantes do Fed (Federal Reserve, o banco central americano) voltam a se encontrar para uma nova decisão de política monetária.
Nesse sentido, o PCE (índice de preços de gastos com consumo) de janeiro é mais um elemento para os agentes financeiros calibrarem suas apostas.
Como enfatizamos lá no começo, esse é o índice inflacionário preferido do Fed.
Sem perder do radar, a ata do último encontro reiterou que Jerome Powell e seus colegas querem estar seguros da evolução do cenário e o equilíbrio de riscos antes de iniciarem a flexibilização.
“Há uma percepção de que as taxas de juros já atingiram o pico, sugerindo que a próxima mudança seria uma redução, mas isso requer confiança na estabilidade da inflação”, diz Julio Hegedus, economista-chefe da Mirae Asset Brasil.
“Existe o risco de a inflação estagnar. Ou seja, parar de recuar e se tornar mais resiliente, especialmente devido ao comportamento dos preços dos serviços, que tendem a desacelerar mais lentamente”, completa o especialista da casa.
Calendário econômico – 26 de fevereiro a 1 de março
Segunda (26)
08h00: INCC/Índice Nacional de Custo da Construção de fevereiro (Ibre-FGV)
Balanços: BRF (BRFS3)
Terça (27)
08h25: Boletim Focus (Banco Central)
09h00: Prévia da inflação/IPCA-15 de fevereiro (IBGE)
Balanços: XP (XPBR31) e Engie (EGIE3)
Quarta (28)
08h00: Inflação do aluguel/IGP-M de fevereiro (Ibre-FGV)
10h30: PIB dos Estados Unidos no 4º trimestre e consolidado de 2023 (nova leitura)
Balanços: Suzano (SUZB3) e Ultra (UGPA3)
Quinta (29)
08h00: Reunião do CMN (Conselho Monetário Nacional)*
09h00: Taxa de desemprego/PNAD Contínua de janeiro (IBGE)
10h30: PCE/Índice de preços de gastos com consumo de janeiro nos Estados Unidos
22h30: Índice PMI Composto de fevereiro na China
22h45: PMI Industrial (Caixin) de fevereiro na China
Balanços: Ambev (ABEV3), Copel (CPLE6) e MRV (MRVE3)
Sexta (1)
09h00: PIB do Brasil no 4º trimestre e consolidado de 2023 (IBGE)
* Encontro adiado por falta de pauta