Ata do Copom, IPCA de janeiro e balanços do 4º trimestre de Itaú, Bradesco e Banco do Brasil; veja o que acompanhar na semana

Volta aos trabalhos no Congresso Nacional promete esquentar debate sobre se Fernando Haddad vai cumprir a meta fiscal em 2024

Próximos passos de política monetária no Brasil e nos EUA estão no centro das atenções do agentes financeiros. Foto: Getty Images
Próximos passos de política monetária no Brasil e nos EUA estão no centro das atenções do agentes financeiros. Foto: Getty Images

O calendário econômico da semana de 5 a 9 de fevereiro tem como destaque os detalhes da última reunião de política monetária e o número fechado da inflação no Brasil em janeiro.

Na cena corporativa, a temporada de balanços do 4º trimestre de 2023 ganha tração com os resultados de três gigantes do setor financeiro: Itaú (ITUB4), Bradesco (BBDC4) e Banco do Brasil (BBAS3).

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Tem também os dados de produção da Petrobras (PETR4) no período.

Com a valorização das ações no ano, a petroleira alcançou na semana passada R$ 552 bilhões em valor de mercado. Um recorde nominal.

Olhando para a política, Brasília chama os holofotes com a retomada dos trabalhos no Congresso Nacional.

Depois do rombo de R$ 230,5 bilhões nas contas públicas em 2023, será que Fernando Haddad vai conseguir cumprir a meta de zerar o déficit fiscal em 2024?

As articulações políticas (e as vitórias) do ministro da Fazenda nos darão essa resposta ao longo dos próximos meses.

Lá fora, a agenda traz dados de atividade econômica.

Mas os agentes financeiros vão ficar de olho mesmo nas taxas dos Treasuries (títulos de dívidas emitidos pelo Tesouro dos EUA).

Principalmente após o Fed (Federal Reserve, o banco central americano) tirar do radar a chance de corte dos juros em março.

Plano de voo do Copom

Bem, tratando primeiro dos indicadores nacionais, o Boletim Focus, que quase sempre abre o calendário econômico na segunda, foi adiado novamente.

Em razão da operação-padrão dos servidores do Banco Central, o Focus está previsto para a terça (6).

O relatório do Banco Central com as expectativas do mercado mostrou desde o começo do ano uma queda nas projeções do IPCA, de 3,90% para 3,81%.

Mais cedo na terça, o BC divulga a ata da última reunião do Copom, que derrubou a Selic de 11,75% para 11,25%.

O documento com as discussões do comitê de política monetária deve reiterar a sinalizar de mais cortes de 0,50 ponto percentual nas duas próximas reuniões (março e maio).

Portanto, os agentes financeiros majoritariamente consideram que o colegiado vai manter o plano de voo.

O que pode fazer a taxa básica de juros ficar em um dígito no encontro de junho.

A ata, contudo, pode trazer sinais de que o ciclo de aperto da Selic tende a ser prolongado. Isso se houver boas novidades no ambiente econômico.

Uma delas é a inflação convergindo à meta de 3% ao longo do horizonte.

Dito isso, o IPCA de janeiro será informado pelo IBGE na quinta (8).

Pela mediana do último Focus, com base em 150 respostas, a inflação no mês deve ficar em 0,39% – uma desaceleração ante a taxa de 0,56% de dezembro de 2023.

Treasuries no foco

Outro fato importante que pode deixar a Selic terminal mais baixa é o início da queda dos juros nos EUA.

Assim, vale ficar ligado nas falas de dirigentes do Fed a partir de agora. Especialmente, claro, de Jerome Powell.

Relembrando, o presidente do BC americano não acredita que o ciclo vai começar em março.

Aliás, parte do mercado já revê a previsão de maio para junho.

Esse reajuste de rota ganhou força com o payroll de janeiro acima do esperado (353 mil empregos criados no mês contra estimativa de 195 mil).

Tudo isso mexe, como comentamos lá na abertura do calendário econômico, com o mercado de Treasuries.

A segurança e a valorização desses títulos americanos reduzem o apetite dos grandes investidores por ativos de risco, como as ações brasileiras.

Balanços da semana

Por último, para ter no radar antes de o Carnaval chegar, teremos uma semana repleta de resultados financeiros das empresas da B3.

Para ficar nas principais do Ibovespa, Itaú Unibanco (ITUB4), BTG Pactual (BPAC11), BB Seguridade (BBSE3) e Cielo (CIEL3) divulgam na segunda.

Bradesco (BBDC4) e Klabin (KLBN11) reportam seus números na quarta. A instituição financeira vai simultaneamente apresentar um plano estratégico.

O Banco do Brasil (BBAS3) é o protagonista da quinta.

E a Usiminas (USIM5), na sexta, passa a régua na semana de balanços.

Calendário econômico – 5 a 9 de fevereiro

Segunda (5)

06h00: Índice PMI S&P Global composto de janeiro na zona do euro
08h30: Estatísticas do setor externo de dezembro de 2023 (Banco Central)
11h45: Índice PMI S&P Global composto de janeiro nos EUA
Sem horário: Abertura dos trabalhos no Congresso Nacional

Terça (6)

08h00: Divulgação da ata do Copom (Banco Central)
08h25: Boletim Focus (Banco Central)
08h30: Estatísticas monetárias e de crédito de dezembro de 2023 (Banco Central)

Quarta (7)

09h00: Dados do varejo de dezembro de 2023 (IBGE)
08h30: Estatísticas fiscais de dezembro de 2023 (Banco Central)
14h30: Estatísticas do Valores a Receber (Banco Central)

Quinta (8)

09h00: IPCA/Taxa de inflação de janeiro (IBGE)

Sexta (9)

09h00: Dados do setor de serviços de dezembro de 2023 (IBGE)

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